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Comissário húngaro chumbado pelo Parlamento Europeu, eslovena em risco

European Parliament / Flickr

Tibor Navracsics durante o seu exame para vice-presidente da Comissão Europeia.

Tibor Navracsics durante o seu exame para vice-presidente da Comissão Europeia.

Os eurodeputados da comissão de cultura do Parlamento Europeu não querem que o comissário indigitado pela Hungria, Tibor Navracsics, fique com a pasta da Cidadania e pediram hoje ao presidente eleito da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, alterações nesse sentido.

O antigo ministro Tibor Navracsics é a primeira escolha de Jean-Claude Juncker a ser censurada, depois de os grupos parlamentares terem aprovado uma petição extraordinária a pedir que não fique com a pasta da Cidadania, segundo disseram à Efe fontes parlamentares.

Juncker tinha designado Navracsics para comissário da Educação, Cultura e Cidadania.

Apesar de na audição, no Parlamento Europeu, Tibor Navracsics se ter tentado distanciar do governo do controverso primeiro-ministro Viktor Orban, tal não foi suficiente para os eurodeputados.

Fontes do Partido Popular Europeu (PPE) disseram que é provável que a pasta passe agora para as mãos do comissário designado para a Imigração e Interior, o grego Dimitris Avramopoulos.

O presidente eleito da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, reúnem-se esta terça-feira com os líderes do PPE e dos socialistas europeus (S&D) para avaliar o resultado das audições e debater o futuro dos comissários que ainda esperam pela recomendação parlamentar.

Estão nesse caso os comissários indigitados para os Serviços Financeiros, o britânico Jonathan Hill, para a Ação Climática e Energia, o espanhol Miguel Arias Cañete, para os Assuntos Económicos, o francês Pierre Moscovici, e para a Justiça, Consumidores e Igualdade de Género, Vera Jourova, da República Checa.

Esta terça-feira será o último dia das audições, com os ‘exames’ aos vice-presidentes indigitados Frans Timmermas e Jyrki Katainen.

Candidata a vice-presidente em risco

Já esta segunda-feira foram à chamada ‘prova oral’ perante o Parlamento Europeu outros quatro vice-presidentes, incluindo a Alta Comissária para a Política Externa, a italiana Federica Mogherini, e a eslovena Alenka Bratusek.

Bratusek, ex-primeira-ministra eslovena, foi escolhida por Jean-Claude Juncker para uma das vice-presidências da Comissão Europeia, mas não deixou boa impressão durante o exame.

Krisjanis Karins, porta-voz do PPE, terá declarado que Bratusek teve uma prestação “surpreendentemente fraca” perante as perguntas dos eurodeputados.

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Alenka Bratusek durante o seu exame para vice-presidente da Comissão Europeia.

Alenka Bratusek durante o seu exame para vice-presidente da Comissão Europeia.

“Alenka Bratusek foi demasiado vaga nas suas respostas e não conseguiu convencer-nos de que o seu currículo é o necessário para promover a tão aguardada União Energética”, disse Karins.

Segundo o European Voice, o eurodeputado alemão Matthias Groote terá mesmo declarado que Bratusek “não pode” ser vice-presidente da CE nem ter a importante pasta da energia.

Últimos exames

Esta terça-feira há uma nova ronda de audição com os eurodeputados Jonathan Hill e é o último dia para Pierre Moscovivi responder por escrito às perguntas sobre como pensa coordenar o seu trabalho com o do vice-presidente do Crescimento e Emprego, o conservador Katainen.

Quanto ao espanhol Miguel Arias Cañete, hoje foi novamente analisada a sua declaração de interesses pela comissão de assuntos jurídicos do PE.

Na semana passada, Cañete negou perante os eurodeputados que ele, a sua mulher ou o filho mantenham vínculos com as empresas petrolíferas Dúcar e Petrologis e disse mesmo que “não há conflito de interesses”, uma vez que essas empresas são pequenas e dedicam-se apenas ao armazenamento de combustíveis e não à exploração petrolífera.

Ainda assim, explicou Cañete, decidiu vender as ações por “transparência” e para dissipar “qualquer dúvida”.

Segundo o jornal El País, Cañete foi também questionado sobre se o seu cunhado continua a ser presidente das empresas, mas preferiu não responder.

Já o candidato designado por Portugal, Carlos Moedas, a quem Juncker atribuiu a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, passou à primeira no seu exame no Parlamento Europeu, na passada terça-feira.

/Lusa

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