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Comerciantes exigem sanitários públicos na noite de Lisboa

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rongorongo / Flickr

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Os comerciantes do Cais do Sodré e do Bairro Alto, em Lisboa, exigem a colocação de sanitários públicos, medida que melhoraria a higiene daquelas zonas com atividade noturna.

Cidália Pratas trabalha num estabelecimento comercial na chamada Rua Cor-de-rosa (ou Rua Nova do Carvalho) e disse à agência Lusa que de manhã, quando ali chega para trabalhar, se confronta com várias pessoas a urinar na rua.

“Até agonia, qualquer dia tenho de comprar uma máscara”, lamentou.

Para inverter esta situação, disse que deviam ser criadas casas-de-banho públicas.

A ideia de colocar sanitários públicos no Cais do Sodré foi levada à Assembleia Municipal de Lisboa pelo grupo municipal do CDS-PP, em setembro, e reforçada, na passada terça-feira, pela deputada socialista Simonetta Luz Afonso.

José Maria Pacheco, da Associação do Cais do Sodré, afirmou que esta ideia poderia “limitar os urinóis a céu aberto”, mas a seu ver, devia haver um maior controlo por parte das autoridades e “as pessoas que fossem apanhadas deviam ser penalizadas”.

A situação é semelhante no Bairro Alto, onde se verificou, tal como no Cais do Sodré um “aumento do fluxo de visitantes e clientes”, explicou o presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, Hilário Costa.

Apesar de existirem três casas de banho públicas na vizinhança (no Largo de Camões, no Largo da Misericórdia e no Elevador da Glória), estão encerradas durante a noite, pelo que não resolvem o problema, acrescentou o dirigente associativo.

Hilário defendeu, assim, que sejam criadas condições para colocar “uma espécie de cabines que agora estão na moda” e que devem ter uma “manutenção permanente”.

Questionado sobre a hipótese de insegurança nestes espaços, o representante lembrou que foram instaladas, em maio, câmaras de vigilância no Bairro Alto.

Os comerciantes Augusto Silva e João Gonçalves, com um restaurante e um bar na Rua do Diário de Notícias, respetivamente, admitiram que há pessoas que entram nos seus estabelecimentos apenas para irem à casa de banho.

A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira, disse hoje que já se reuniu com a Câmara de Lisboa e, nesse encontro, acordou-se que a solução “viável para estas zonas é a de casas de banho amovíveis” e pagas, porque as gratuitas “a meio da noite ficariam impraticáveis sendo que a utilização é muita”.

Sem indicar prazos, Carla Madeira referiu que no Bairro Alto a escolha dos espaços “é mais complicada, porque as ruas são muito apertadas”.

Já no Cais do Sodré, os sanitários poderão ser colocados na Praça de São Paulo e no Jardim de Roque Gameiro, apontou.

A autarca socialista adiantou que esta medida “vai ajudar a minimizar a situação, mas não resolverá o problema”, também originado por “estabelecimentos comerciais sem casas de banho em condições”.

Na segunda-feira, os moradores destas zonas criaram uma petição na qual se queixam, entre outras situações, da presença de “rios de lixo nas ruas, largos e jardins por onde passa esta movida noturna, que acordam cobertos de garrafas, milhares de copos de plástico, vómito, urina e toda a espécie de dejetos”.

O texto contava, a meio da manhã, com 130 assinaturas.

/Lusa

1 Comment

  1. Nos tempos do Salazar havia muitos sanitários públicos em Lisboa. Tinham uma pessoa para olhar por eles e fazer alguma limpeza. Mas eles deveriam ganhar muito e hoje não há dinheiro para esses luxo. Hoje o dinheiro é todo pouco para a ladroagem que existe na câmara. Diretores, vereadores, secretárias, motoristas, telemóveis, and so on. Para os bafejados pela abrilada de 74…

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