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Co-piloto da Germanwings tinha sido aconselhado a internar-se pouco antes da tragédia

(dr) Andreas Lubitz / Facebook

Foto de Andreas Lubitz, co-piloto do avião da Germanwings, divulgada pela Paris Match

Foto de Andreas Lubitz, co-piloto do avião da Germanwings, divulgada pela Paris Match

O relatório final sobre a catástrofe da Germanwings há cerca de um ano, nos Alpes franceses, foi apresentado este domingo e confirma definitivamente que o crash do avião foi provocado deliberadamente pelo co-piloto alemão do aparelho, Andreas Lubitz, que sofria de problemas psíquicos.

O avião fazia a ligação entre Barcelona e Dusseldorf quando se despenhou no sul dos Alpes franceses, a 24 de março de 2015, uma tragédia que resultou em 150 mortos.

relatório do BEA (Gabinete de Inquéritos e Análises para a Segurança Aeronáutica), divulgado numa conferência de imprensa em Bourget, perto de Paris, confirma a tese de que se tratou de um ato deliberado e relata que o co-piloto, que sofria de depressão e nos meses anteriores ao acidente tinha consultado vários médicos, teria sido convocado a ir a um hospital psiquiátrico poucas semanas antes do acidente.

Remy Jouty, director do BEA, confirma que Lubitz estava a tomar anti-depressivos na altura da tragédia.

A partir dos relatórios de vários médicos privados que Lubitz consultou nos meses antes do acidente, os peritos médicos concluem no relatório que o co-piloto tinha sofrido um “episódio depressivo psicótico” que o impediria de voar, mas nem Lubitz nem nenhum dos seus médicos terão alertado os seus empregadores.

Remy Jouty sublinha, no entanto, que o princípio do sigilo médico, essencial na relação de confiança entre médicos e pacientes, deve ser mantido. O BEA recomenda uma alteração na lei que protege os médicos nas situações em que estes transmitam informação médica sobre os seus pacientes com o objectivo de proteger o público, para garantir “um equilíbrio entre a confidencialidade do doente e a segurança pública”.

Regras mais claras devem ser exigidas para saber quando é que é necessário levantar o segredo médico”, declarou Arnaud Desjardins, um dos especialistas encarregados pela investigação deste acidente.

Os especialistas aeronáuticos franceses defendem um reforço do controlo médico dos pilotos, recomendando que em casos de histórico de problemas de saúde mental, os pilotos sejam avaliados anualmente.

Essa recomendação será passada à Organização Mundial de Saúde, ao ministério alemão dos transportes e ao Conselho de Médicos Alemão.

ZAP

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