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Cinco amigas no centro da investigação a Sócrates

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José Cartaxo / Flickr

José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal

José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal

Cinco amigas de José Sócrates estão no centro da investigação da Operação Marquês. De acordo com o semanário Sol, as conversas ouvidas nas escutas e até documentos que se suspeita serem falsificados indiciam que terão sido beneficiárias de empréstimos e de despesas pagas pelo ex-primeiro-ministro.

Sofia Fava, ex-mulher de José Sócrates, Alexandra, casada com um conde francês, Lígia Correia, antiga secretária de gabinetes de governantes socialistas, e outras duas mulheres, uma delas amiga de longa data, estão no centro da investigação da Operação Marquês, de acordo com o semanário.

Enquanto algumas beneficiaram da fortuna do ex-primeiro-ministro, através do pagamento de despesas, outras desempenharam um papel fundamental no esquema de circulação de dinheiro pelo qual José Sócrates e Carlos Santos Silva estão a ser investigados, montado para dar uma aparência de legalidade à origem e circulação do dinheiro acumulado em contas bancárias tituladas formalmente por Santos Silva.

De acordo com o Sol, algumas das conversas telefónicas intercetadas deram origem a dúvidas quanto à legalidade de alguns documentos assinados por Sofia Fava, ex-mulher de Sócrates, e revelaram que o socialista pagava as viagens e estadias da ex-mulher em Paris. A primeira situação estranha envolvendo Sofia Fava remonta a dezembro de 2011, quando vendeu um apartamento em Lisboa a uma empresa de Santos Silva, por 400 mil euros, que a revendeu por 250 mil euros.

Mais tarde, Sofia Fava comprou uma herdade no Alentejo – o Monte das Margaridas, em Montemor-o-Novo – através de um empréstimo de 760 mil euros do BES, que teve o amigo do ex-marido como fiador. Todos os meses, Sofia pagava 4.700 euros de prestação ao banco. No entanto, ao mesmo tempo, a ex-mulher de Sócrates tinha um contrato de prestação de serviços com uma empresa de Santos Silva, que lhe valia uma avença de cerca de cinco mil euros mensais, que eram declarados ao Fisco e cobriam a mensalidade no banco.

Outra envolvida na investigação é Alexandra, mulher de um conde francês com residência em Paris que nas conversas intercetadas era tratada por “Condessa”. José Sócrates afirma, de acordo com o semanário, que os 12 mil euros que o ligam à aristocrata “não eram dinheiro, tratava-se apenas de amizade”.

O mesmo argumento foi usado pelos arguidos para justificar os 100 mil euros emprestados a outra amiga do ex-líder socialista, cuja identidade não foi revelada. O dinheiro foi entregue por transferência bancária e usado para que esta fosse a Paris reunir-se com Sócrates.

Uma outra amiga de longa data presente nas escutas telefónicas, cujo nome também não foi mencionado, é a mulher com quem Sócrates falava do andar em Paris e da compra de outros imóveis em Lisboa, um por dois milhões de euros e outro por um milhão.

Por fim, o Sol refere ainda o nome de Lígia Correia, antiga secretária que pertenceu a vários gabinetes de governos socialistas. Segundo a publicação, Lígia, que ajudou na compra dos dez mil exemplares do livro de Sócrates, recebia quantias elevadas de dinheiro para pagar despesas pessoais do ex-primeiro-ministro – dinheiro este que era levantado das contas de Carlos Santos Silva.

ZAP

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