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Cientistas vão “acordar” nave hibernada Rosetta para investigar cometa

ESA

A sonda Rosetta vai acordar para ir ao encontro do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko

Cientistas americanos esperam poder “acordar” uma sonda espacial que está a “hibernar” há dois anos para investigar um importante cometa do sistema solar. 

No próximo mês de janeiro, os cientistas vão tentar reinicializar a nave espacial Rosetta, de modo a fazê-la viajar até ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Quando a nave alcançar o cometa, uma imensa massa de gelo e pedra, a equipa tentará pousar uma sonda na superfície do cometa.

Os detalhes desta operação foram anunciados na terça-feira num encontro de outono organizado pelo Sindicato dos Geofísicos dos Estados Unidos.

Matt Taylor, cientista responsável pelo projeto Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), explicou à BBC que “isto nunca foi feito antes. Em primeiro lugar, há uma enorme dificuldade que é acordar a nave. Depois, fazê-la aproximar-se do cometa. Por fim, é preciso garantir um bom pouso”.

Jornada épica da Rosetta

A sonda Rosetta foi lançada em março de 2004 e percorreu uma longa trajectória através do Sistema Solar.

A nave orbitou a Terra três vezes, após o que passou perto de Marte para ganhar impulso e ser colocada na rota do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko .

ESA

Sonda Philae pousada no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, com a nave Rosetta em órbita (esboço artístico ESA)

Sonda Philae pousada no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, com a nave Rosetta em órbita (esboço artístico ESA)

Depois de viajar milhões de quilómetros e se cruzar com dois asteróides, a nave foi colocada em sono profundo, em junho de 2011.

Esse período de “hibernação” foi útil para que a sonda poupasse energia para a sua jornada mais arriscada.

Acordá-la novamente, no entanto, será “stressante”, afirmou Taylor. “Ela tem um despertador interno … o relógio diz quando é a hora de acordar”, acrescentou.

A data e a hora para que a Rosetta acorde do sono profundo já estão marcadas: 10h00 do dia 20 de janeiro de 2014.

No entanto, esse processo pode ser lento, uma vez que a sonda permaneceu inactiva por muito tempo, alertam os especialistas.

O computador de bordo será o primeiro a ser “acordado”, para que logo em seguida os cientistas possam estabelecer a posição da nave.

A nave terá, então, de corrigir a sua posição, uma vez que permaneceu em rotação durante todo o tempo que passou em “hibernação”.

“Esperamos receber os primeiros sinais da nave à noite”, disse Taylor. “Será um dia longo. Acho que haverá um monte de cientistas andando para cima e para baixo, enquanto esperamos.”

Os cientistas esperam que a nave consiga alcançar o cometa em agosto do ano que vem. Em novembro, terá início a fase mais perigosa do processo, altura em que os cientistas vão tentar pousar uma sonda robótica – a Philae – na superfície gelada do cometa.

“Temos um monte de pessoas a trabalhar  nisto, para garantir que as trajetórias estejam corretas”, disse Taylor.

Se o “desembarque” for bem sucedido, a sonda-robô irá recolher amostras e imagens quando o cometa se aproximar do Sol, em 2015.

Os cientistas esperam que isso possa ampliar os conhecimentos sobre este tipo de corpo celeste, descrito pela Agência Espacial Europeia como “uma bola de neve suja”, com um núcleo de cerca de 4 km de diâmetro.

ZAP / BBC

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