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Cientistas explicam o que se sente nos instantes antes da morte

A Sociedade Americana de Química, ACS, publicou no seu canal “Reactions” no YouTube um vídeo no qual explica – detalhadamente – as alterações que se produzem no nosso cérebro e o que sentimos quando estamos mesmo prestes a ser assassinados.

O que sentimos ao ver a personagem de um filme de terror ser perseguida por um assassino é muito parecido com o que sentiríamos se estivéssemos nós próprios a ser perseguidos e a beira da morte.

Ou seja, medo. Muito medo.

Essa intensa sensação de medo é antes de mais uma resposta evolutiva, “lutar ou fugir“, que nos prepara para reagir, lutando contra uma ameaça – ou fugir o mais rapidamente possível.

A sensação é controlada por um conjunto de neurónios do tálamo, uma região do cérebro que actua como “sensor” e que é extremamente sensível à tensão.

A intensa sensação de medo activa as glândulas que segregam a adrenalina. Esta  dispara pelo organismo, aumentando instantaneamente o ritmo cardíaco, o estado de alerta dos sentidos e a quantidade de energia disponível para os músculos.

Mas por vezes esta reacção a uma ameaça iminente é tão intensa e brutal que a resposta tem o efeito inverso: ficamos paralisados.

A reacção habitual seguinte de uma vítima antes do seu assassínio é – se tiver tempo – começar a gritar instintivamente.

Os gritos são processados numa parte do cérebro diferente da que processa a linguagem: a amígdala, o “centro de emergência do cérebro”.

Ou seja, os incontroláveis gritos de terror de uma vítima que está a ser atacada não são um pedido de socorro, mas sim uma brutal chamada de atenção ao seu próprio cérebro. “Acorda, vais morrer, se calhar era melhor mexeres-te“.

damien_thorne / Flickr

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O medo intenso liberta adrenalina que aumenta brutalmente a energia disponível para fugir ou lutar. Excepto se ficarmos paralisados.

No lamentável caso em que o assassino efectivamente nos inflige um ferimento, é provável que sintamos uma dor aguda.

Após a lesão, as terminações nervosas livres dos neurónios primários restantes enviam incessantemente alertas ao tálamo – que trata de avisar o cérebro para a necessidade de “agir imediatamente para evitar mais dor”.

A reacção é movida pelo puro instinto de auto-preservação. Se está a doer, é por alguma razão.

Quando o assassino é competente, o destino da vítima é inevitável. Morre.

Mas mesmo que no processo tenha ocorrido uma extensa lesão cerebral, e a vítima esteja clinicamente morta, o cérebro continua a funcionar.

Segundo alguns estudos recentes, o cérebro parece manter a consciência após a morte cerebral durante alguns minutos.

Segundo explica a ACS, nestes instantes após a morte o cérebro entra numa espécie de hiper-estado de actividade perceptiva neuronal – o que pode ser uma explicação para os casos de pessoas com experiências de quase-morte.

Mas inexoravelmente chega o momento em que as luzes se apagam. E ocorre então a morte biológica – ou o fim do filme.

AJB, ZAP

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