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Cientistas desenvolvem sistema de deteção de buracos negros

Um grupo de cientistas da Universidade de Waterloo (UW), no Canadá, desenvolveu uma técnica que irá permitir detetar cerca de 10 buracos negros por ano, o que irá contribuir para o aumento do conhecimento sobre estes fenómenos.

Avery Broderick, professor do Departamento de Física e Astronomia da UW, trabalhou com cientistas dos EUA e do Irão para apresentar um método que trás inúmeros benefícios para o campo emergente da astronomia de ondas gravitacionais.

“Nos próximos 10 anos, haverá tantos dados sobre buracos negros, que os cientistas vão poder analisar as suas propriedades enquanto grupo”, disse Broderick, em comunicado.

De acordo com o estudo, publicado no Astrophysical Journal, a técnica irá permitir aos especialistas estudar os vários estágios dos buracos negros, “que muitas vezes duram mil milhões de anos”.

Os cientistas revelam que os buracos negros absorvem toda a luz e matéria e emitem radiação zero, tornando-os quase impossíveis de detetar no fundo preto do espaço.

“Ainda não sabemos muito sobre a sua raridade, nem quantos buracos negros estão distribuídos pela galáxia”, disse Broderick.

Broderick e a sua equipa propõem uma abordagem mais ousada para detetar os buracos negros, combinando um fenómeno chamado microlente gravitacional e a interferência de ondas de rádio.

A microlente gravitacional ocorre quando um objeto escuro, como um buraco negro, passa entre o nosso planeta e outra fonte de luz, como uma estrela.

A luz da estrela curva-se em torno do campo gravitacional do objeto para alcançar a Terra, fazendo com que a estrela pareça muito mais brilhante – e não mais escura como num eclipse.

Visto que até os maiores telescópios que observam eventos de microlentes têm uma resolução limitada, em vez de usar luz visível os cientistas vão usar ondas de rádio que, combinadas, irão permitir obter uma imagem de maior resolução e registar o fenómeno em tempo real.

Graças a esta técnica, será possível obter dados como distância, massa e velocidade, com os cientistas a esperar identificar cerca de 10 buracos negros por ano.

BZR, ZAP

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