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Cientistas criam telescópio que poderá fotografar o horizonte de eventos de um buraco negro

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Como o nome indica, os buracos negros são muito escuros e fotografá-los não é uma tarefa fácil. Mas isso pode estar prestes a mudar, uma vez que os cientistas estão perto de ligar uma nova rede de telescópios que pode conseguir fotografar o buraco negro localizado no centro da nossa galáxia, o Sagitário A*.

O Telescópio do Horizonte de Eventos será composto por uma rede de receptores de rádio localizados por todo o planeta, incluindo o Polo Sul, os EUA, o Chile e os Alpes franceses.

A rede vai ser ligada entre os dias 5 e 14 de abril, e os resultados vão pôr à prova a teoria da relatividade geral de Einstein, como nunca foi feito antes.

O telescópio funciona através de uma técnica conhecida como interferometria de linha de base muito longa (VLBI), o que significa que a rede de receptores vai concentrar-se em ondas de rádio emitidas ao mesmo tempo por um objeto particular no espaço.

No caso do buraco negro, a rede vai concentrar-se nas ondas de rádio com um comprimento de 1,3 mm (230 GHz), o que dá a possibilidade de “atravessar” quaisquer nuvens de gás e poeira que estejam a bloquear o objeto.

Como as antenas do telescópio vão estar todas sintonizadas num único ponto, a resolução do telescópio deverá ser de 50 micro arco-segundos – o equivalente a ser capaz de ver uma fruta do tamanho de uma laranja na superfície da lua.

Isso é importante porque apesar de o Sagitário A* ser enorme, é como uma agulha no palheiro que é o nosso céu noturno. Os especialistas nunca o observaram diretamente mas sabem que existe pela maneira como influencia a órbita de estrelas próximas.

Com base no comportamento dessas estrelas, os cientistas prevêem que o Sagitário A* é provavelmente cerca de 4 milhões de vezes maior do que o nosso Sol, mas com um diâmetro do horizonte de eventos de apenas 20 milhões de quilómetros. A uma distância de cerca de 26.000 anos-luz da Terra, isso faz dele um alvo pequeno.

O novo telescópio terá como objetivo observar o ambiente imediato em torno do buraco negro, e deve ser capaz de obter resolução suficiente para vermos o objeto em si.

“Em abril, vamos fazer as observações que achamos ser a primeira hipótese real de observar o horizonte de eventos de um buraco negro”, disse o líder do projeto, Sheperd Doeleman, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos EUA.

Se a experiência for bem sucedido, o buraco negro irá parecer um anel brilhante de luz em torno de uma bolha escura. Essa luz é emitida por partículas de gás e poeira aceleradas a altas velocidades antes de serem rasgadas e consumidas pelo buraco negro. A bolha escura seria a sombra lançada sobre aquele caos.

Se Einstein estiver certo, o formato que devemos ver será mais um crescente de luz do que um anel – porque um efeito Doppler dramático deve fazer com que o material pareça muito mais brilhante.

A relatividade geral faz ainda algumas previsões muito específicas sobre o tamanho que a sombra lançada pelo buraco negro deve ter. Se os cientistas conseguirem medir essa sombra, também será possível confirmar essa teoria.

Mas o que acontece se os especialistas conseguirem observar ou medir algo diferente? Doeleman admite que essa é definitivamente uma possibilidade, e que iria abalar o mundo da física como o conhecemos.

“Nunca é uma boa ideia apostar contra Einstein, mas se virmos algo muito diferente do que esperamos, temos que reavaliar a teoria da gravidade”, explica.

Depois de reunirem as informações, os especialistas terão de processar muitos dados por isso as primeiras imagens de um buraco negro só deverão ser divulgadas em 2018 – assumindo que conseguirão obter uma imagem clara do Sagitário A *.

1 Comment

  1. Alguém viu o meu guarda-chuva? O russo disse que ia chover meteoritos e não quero apanhar com nenhum, é capaz de me fazer mal à pele e não tenho $ pra estar a comprar Nivea sem necessidade nenhuma!

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