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China admite ter executado adolescente inocente

DR SCMP

Hugjiltu, o adolescente que foi executado na China em 1996 por um crime que não cometeu

Hugjiltu, o adolescente que foi executado na China em 1996 por um crime que não cometeu

Um adolescente chinês executado após ter sido condenado por homicídio e violação há 18 anos foi declarado hoje inocente por um tribunal, numa rara revisão de uma condenação injusta na China.

Hugjiltu, também conhecido como Qoysiletu, de 18 anos, de etnia mongol, foi condenado à pena capital na região da Mongólia Interior em 1996, mas a dúvida sobre o veredicto foi lançada quando um outro homem confessou o crime em 2005.

“O Supremo Tribunal Popular da Mongólia Interior conclui que o veredito original de culpa não é consistente com os factos e há provas insuficientes”, pelo que “o Hugjiltu é considerado inocente”, referiu o órgão da cidade de Hohhot, numa nova decisão tornada hoje pública.

“A polícia demorou apenas 62 dias a encerrar o caso”, disse Miao Li, um advogado que representa a família, citado pelo SCMP.

A família do adolescente vinha, há mais de uma década, a lutar por um novo julgamento.

Esta segunda-feira foram difundidas nas redes sociais chinesas imagens que mostram o vice-presidente do tribunal a pedir desculpa aos pais do jovem, oferecendo-lhe 30.000 yuan (3.900 euros) de compensação, m as tal não foi confirmado pela imprensa oficial.

O sistema judiciário chinês é regularmente criticado pelas suas decisões e procedimentos arbitrários. Sob a autoridade do Partido Comunista, o sistema de justiça é alegadamente minado por abusos, confissões forçadas e pela quase ausência de direito à defesa.

Neste contexto, os erros judiciais são frequentes, mesmo em casos de pena capital. Contudo, raramente a justiça chinesa aceita reverter uma condenação, em particular em matéria criminal.

ZAP / Lusa

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