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CERN estuda acelerador de partículas quase quatro vezes maior que o actual

Ars Electronica Festival / Flickr

O actual acelerador de partículas com 27km de circunferência

O actual acelerador de partículas com 27km de circunferência

O CERN (Organização Europeia para Investigação Nuclear) está a estudar a construção de um anel de 100 quilómetros entre a França e a Suíça destinado à aceleração de partículas, indica um comunicado hoje publicado.

Um estudo de viabilidade vai ser lançado na próxima semana. Nesta perspectiva, uma centena de investigadores de todo o mundo vai reunir-se, entre terça e quinta-feira na Universidade de Genebra para lançar este programa, previsto para cinco anos.

Este futuro anel vai substituir o actual acelerador de partículas (LHC), com 27 quilómetros de circunferência.

Baptizado FCC, o futuro acelerador circular terá uma circunferência de entre 80 a 100 quilómetros e poderá atingir uma energia, sem precedentes, de 100 TeV (Tera-eletrão-volt, unidade de medida de energia), contra 14 TeV do LHC.

Este estudo junta-se a um outro, iniciado há vários anos, sobre um acelerador linear compacto (CLIC), de forma rectilínea, com 80 quilómetros de comprimento e que poderá também passar sob a Suíça e a França.

O objectivo dos dois estudos é examinar a viabilidade das diferentes máquinas e avaliar os custos, até 2018-19, altura em que a a estratégia europeia sobre esta matéria será divulgada, de acordo com o CERN.

A investigação em física de partículas é cada vez mais global, efectuando-se regularmente trocas de informações entre a América, Ásia e Europeu, num organismo mundial, o IFCA (Comissão Internacional sobre Futuros Aceleradores).

Enquanto se esperam as conclusões dos estudos, o LHC deverá funcionar ainda durante 20 anos. Actualmente, está parado, mas deverá voltar a funcionar em 2015.

“Sabemos poucas coisas sobre o bosão de Higgs (…) Só os próximos resultados do LHC poderão indicar pistas sobre as investigações a seguir no futuro, e o tipo de acelerador mais adaptado”, indicou Sergio Bertolucci, director de investigação e informática do CERN.

O bosão de Higgs, ou como é mais conhecido “a partícula de Deus“, foi descoberto durante o verão de 2012 pelo CERN, devido aos trabalhos do belga François Englert e do britânico Peter Higgs.

O bosão de Higgs é uma partícula elementar considerada pelos físicos a união da estrutura fundamental da matéria.

Os dois homens receberam o prémio Nobel da Física em 2013, por uma das descobertas mais importantes da história da física.

/Lusa

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