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Cérebro dos pais torna-se “maternal” sem a mãe por perto

Lies Thru a Lens / Flickr

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O cérebro dos pais que têm os filhos ao seu cuidado mostram padrões similares aos observados com mais regularidade nas mães, de acordo com um estudo que testou a base neurológica da parentalidade.

A amígdala, responsável no cérebro pela vigilância e recompensa, torna-se tão activa nos pais envolvidos na prestação de cuidados dos seus filhos como nas mães, conclui um estudo publicado esta segunda-feira na PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences, a revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Da mesma forma, a área responsável por interpretar as necessidades de uma criança também revela um aumento de actividade.

A pesquisa dá seguimento à anterior investigação em animais, na qual foram encontradas mudanças semelhantes, afirmou Ruth Feldman, autora do estudo e professora de psicologia e neurociência na Universidade de Bar-Ilan, em Israel.

biu.ac.il

Ruth Feldman, professora de psicologia e neurociência na Universidade de Bar-Ilan, em Israel

Ruth Feldman, professora de psicologia e neurociência na Universidade de Bar-Ilan, em Israel

«Quanto mais o cérebro for activado, mais sensível os pais se tornam em relação às necessidades dos seus filhos», explicou Feldman.

«Os pais devem envolver-se nas actividades… este é o caminho para as mudanças cerebrais e para o desenvolvimento de afecto», explica Feldman. «Quando as mães estão perto, a amígdala dos pais tende a relaxar. Quando as mães não estão, o cérebro dos pais tem necessidade de assumir a função de cuidador principal», argumenta.

Nas mulheres, as mudanças na amígdala cerebral ocorrem durante a gravidez e o parto. Nos homens, essa área particular do cérebro está “programada” para se activar apenas quando a mãe está ausente.

A investigação incluiu 20 mães heterossexuais de prestação de cuidados primários, 21 pais heterossexuais de prestação de cuidados secundários e primários e 48 pais homossexuais, num relacionamento e com crianças a seu cargo.

Em declarações ao Chicago Tribune, Feldman considera que este é o «primeiro grande estudo sobre o cérebro dos pais, o primeiro a comparar o cérebro, hormonas e comportamento em mães e pais, e os primeiros a testar o cérebro dos pais no que à prestação de cuidados primários diz respeito».

CG, ZAP

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