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Centeno já admite que a economia vai crescer menos do que o previsto

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Tiago Petinga / Lusa

António Costa e Mário Centeno

António Costa e Mário Centeno

O ministro das Finanças, Mário Centeno, admite que a economia nacional vai crescer menos este ano, considerando que as previsões podem ser revistas em outubro, quando apresentar o Orçamento do Estado para 2017.

Em entrevista ao Público, Mário Centeno admitiu uma revisão das previsões para 2016 em outubro, quando apresentar o Orçamento para 2017, mostrando, igualmente, abertura para alterar a proposta do regime de requalificação dos funcionários públicos.

Mário Centeno avançou que o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, é uma alteração que tem de ser considerada como “estrutural na envolvente da economia portuguesa” pelo impacto na União Europeia e pelas “relações fortes e diretas” que Portugal tem com o Reino Unido.

“O Reino Unido é o nosso quarto maior cliente na exportação de bens, está entre o primeiro e o segundo lugar nas exportações de serviços, portanto, a resposta óbvia é que estamos atentos a isso. Temos acompanhado, quer internamente, quer através de estudos que têm sido feitos sobre o impacto do Brexit na economia portuguesa, e esse impacto é obvio”, disse.

Queda da procura externa penaliza crescimento

O ministro das Finanças confirmou no parlamento que a desaceleração da procura externa, que se deveu a “choques muito importantes”, como as situações em Angola, China, Brasil e o Brexit, penaliza o crescimento previsto para este ano.

Mário Centeno está a ser ouvido esta quarta-feira na comissão parlamentar do Trabalho e da Segurança Social, no dia em que foi publicada a entrevista ao Público.

Esta manhã, em resposta a uma questão levantada pelo deputado do PSD Pedro Roque sobre se o Governo pretende rever em baixa o cenário macroeconómico feito para este ano, Mário Centeno afirmou que, quando o executivo tomou posse, “a economia portuguesa não crescia há seis meses”.

“Alterar a economia numa situação destas leva tempo e requer ação e foi o que este Governo fez. O resultado deste primeiro trimestre, de [um crescimento de] 0,2% em cadeia, não é o número que este Governo deseja para a economia, mas é o trajeto de aceleração que se reforçou no segundo trimestre e que desejavelmente se possa manter ao longo do ano”, afirmou, reiterando “todas as previsões para a economia portuguesa preveem uma aceleração“.

O ministro das Finanças disse que, “se esta situação [de ausência de crescimento] se mantivesse, outras variáveis como o emprego ter-se-iam ressentido e isso não acontece”, uma vez que “há um crescimento de emprego muito forte nos serviços e na indústria”.

Mário Centeno disse ainda que, desde fevereiro, quando foi apresentado o Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), se tem verificado uma desaceleração da procura externa e apresentou uma estimativa deste impacto no Produto Interno Bruto (PIB).

“No momento em que o Governo elaborou as últimas previsões, a procura externa crescia 4,6%. Neste momento, as organizações internacionais preveem para a procura externa – que não é afetada pelas políticas do Governo português e estamos a falar de choques muito importantes como a situação em Angola, na China, no Brasil e agora o Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia] – um crescimento de 3,2%”, avançou.

Segundo o ministro, “uma desaceleração de 4,6% para 3,2% na procura externa tem um impacto de 0,36 pontos percentuais no crescimento”.

/Lusa

3 Comments

  1. Parecem os meninos cábulas preparando para apresentar o chumbo ao pai. É claro que os indicadores vão todos para o vermelho, e a UE lá está para exigir mais medidas e , se calhar, mais troika.
    Gostaria de antecipar as desculpas que a esquerdalha irá descobrir para justificar mais este desaire socialista, agora ajudado (?) pela esquerda fundamentalista.
    Será o Brexit, será a UE, será ainda o PPC, mas nunca a incompetência de Costa e de Centeno !

  2. O Costa afirma que tudo corre ás mil maravilhas e até perde tempo a divertir-se a atacar a oposição, o Centeno já admite tempestade no horizonte, isto começa a relembrar tempos não muito antigos que alguns fingem nem tão pouco ter acontecido, vamos ver se as vacas voadoras conseguirão comer da farinha do mesmo saco até ao fim.

  3. Olha a novidade, eu gosto de novidades, não de coisas que uma grande parte das pessoas já sabia, volto a escrever, não há heróis nem milagres, se confiscassem os muitos milhões que os políticos arrecadaram, destruíram e afins?, ainda acreditava, agora dar tudo e mais alguma coisa ao sector publico para o esmifrado privado pagar sem ir buscar nada, é loucura, mas foi morte anunciada, portanto siga para bingo, só referir um ponto, não se diz pobre país, sim pobre justiça.

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