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Cavalos à solta provocam acidentes rodoviários em todo o país

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O acidente perto de Évora no dia de Natal, que causou quatro mortos e quatro feridos graves, foi o mais grave provocado por um cavalo em Portugal, mas por todo o país há registo de sinistros do mesmo género.

O oficial de relações públicas do Comando de Évora da GNR, Rogério Copeto, que está a compilar os acidentes provocados por animais no ano passado, na área desta força de segurança, revelou à agência Lusa que, até Outubro de 2013, ocorreram 1.700 sinistros em todo o país, dos quais cerca de 50 envolveram cavalos.

“O cão é o animal que provoca mais acidentes”, mas, normalmente, “os danos são apenas materiais”, enquanto uma colisão com um cavalo “é mais grave, devido ao porte” do animal, assinalou.

O responsável precisou que, entre Janeiro e Outubro de 2013, registaram-se nove acidentes com cavalos no distrito de Faro, oito em Braga e em Beja e sete em Setúbal, tendo resultado, dos cerca de 50 desastres com equídeos, quatro feridos ligeiros.

Nestas contas da GNR não entra o acidente perto de Évora, que aconteceu a 25 de Dezembro de 2013. A colisão, em que um automóvel ligeiro de passageiros embateu com um cavalo que atravessou a faixa de rodagem e, depois, com outro ligeiro que seguia em sentido contrário, ocorreu na zona de jurisdição da PSP.

Também no distrito de Évora, perto de Reguengos de Monsaraz, a GNR registou, em meados de Dezembro, outro acidente provocado por um grupo de cerca de 20 cavalos que andava à solta por “negligência do proprietário”, que resultou em danos materiais no automóvel.

Ainda esta sexta-feira, a Guarda identificou também 20 equídeos sem documentação e respectivo ‘microchip’, durante uma acção de fiscalização em Reguengos de Monsaraz, incorrendo os proprietários em coimas que variam entre os 250 e os 3.740 euros por cada animal.

Igualmente segundo a GNR, em Viana do Castelo, mas já contabilizados os dados de todo o ano passado, contabilizou-se nove acidentes provocados por cavalos, sobretudo garranos, uma raça típica da região, criada por norma em regime de semi-liberdade, cuja presença na estrada costuma surpreender os automobilistas.

“Muitas vezes não é possível identificar os seus proprietários, nomeadamente quando os animais não possuem marcas que permitam essa identificação”, disse à Lusa fonte do comando de Viana do Castelo da GNR.

Já este ano, no Algarve, a GNR registou o atropelamento de dois cavalos, tendo um deles sido trucidado por um comboio que fazia a ligação entre Faro e Olhão, enquanto o outro equídeo foi abalroado por um camião na mesma zona.

Noutro caso ocorrido na semana passada, militares da GNR retiraram 10 cavalos da Estrada Nacional 125, na zona de Faro e Olhão, adiantou à Lusa uma fonte do Comando de Faro desta força de segurança.

Várias famílias “utilizam os campos próximos da estrada ou da linha do comboio [linha do Algarve] para deixarem os animais a pastar”, mas, apesar de estarem presos, os cavalos rebentam as amarras e “vão para as vias, podendo provocar acidentes”, disse.

/Lusa

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