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Caixa negra do avião russo revela “ruídos incomuns” antes do acidente

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Alex Beltyukov / Wikimedia

Airbus A321-231 da MetroJet / Kogalimavia

Airbus A321-231 da MetroJet / Kogalimavia

A gravação das conversas entre a tripulação, revelada pela caixa negra do avião que fazia a ligação entre Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, mostram registo de vários barulhos estranhos dentro do avião.

Um dia depois de a companhia aérea Metrojet, também conhecida por Kogalimavia, ter descartado a hipótese de o acidente ter sido provocado por falhas técnicas do avião, a possibilidade de um ataque terrorista está cada vez mais a ganhar força.

Segundo o RT, citando a agência Interfax, a gravação com a conversa entre os pilotos a bordo do Airbus A321 revela que, momentos antes da queda, foram registados “ruídos incomuns”, não tendo sido possível à tripulação emitir qualquer pedido de socorro.

“A gravação das conversas entre a tripulação evidenciam que a situação a bordo, quatro minutos antes da aeronave ter desaparecido dos radares, estava sob controle”, asseguraram fontes egípcias à agência.

“Nada indicava que existissem problemas a bordo, muito menos a tripulação informou sobre possíveis falhas”. A gravação mostra ante que “antes de desaparecer dos radares, foram registados ruídos incomuns no avião”.

No entanto, as autoridades russas continuam a pôr de lado a possibilidade de um ataque terrorista, mesmo sabendo que uma fação egípcia do Estado Islâmico já se responsabilizou pelo abate do avião.

O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, citado pela Sputnik, não quis fazer especulações sobre a possível ligação entre o acidente na Península do Sinai e a operação russa na Síria, dizendo que são “temas absolutamente distintos” e que “não é necessário vinculá-los”.

Para já, ainda não foram determinadas as causas do acidente, até porque, embora o grupo terrorista tenha apresentado como prova da autoria do acidente um vídeo, já está provado que este é falso.

Também vários especialistas já confirmaram que os terroristas instalados na Península do Sinai não dispõem de mísseis capazes de atingir um avião a 30 mil pés.

Não excluíram, no entanto, a possibilidade de uma bomba a bordo do avião, situação que pode vir a ser confirmada, uma vez que um satélite norte-americano detetou uma explosão térmica sobre esse território na altura em que o avião caiu, informa a Sputnik, citando um correspondente da CBS News.

“Os dados ainda estão a ser analisados para determinar o que é que causou a explosão. Uma das razões pode ser a detonação de uma bomba mas também é possível a explosão do depósito de combustível ou do motor como consequência de uma falha técnica”, conta David Martin.

Ao mesmo tempo, a NBC, citando um oficial militar norte-americano, informou esta segunda-feira que a situação registada pelo satélite não corresponde à hipótese de que o avião tenha sido abatido porque, caso isso acontecesse, o satélite, através do seu equipamento por infravermelhos, teria registado um rasto térmico desse míssil.

Esta terça-feira, um segundo avião com os corpos e pertences das vítimas chegou ao aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, informaram fontes oficiais.

O aparelho, um Il-76 do Ministério para Situações de Emergência russo, transportou fragmentos de cadáveres, documentos e objetos pessoais das vítimas, que serão entregues para peritagem e identificação.

Já durante o dia de ontem, outro avião transportou para a mesma cidade mais de 130 cadáveres e 40 fragmentos de corpos.

O avião, que fazia a ligação entre a estância turística egípcia de Sharm el-Sheikh e a cidade russa de São Petersburgo, despenhou-se no sábado, matando todas as 224 pessoas a bordo.

 ZAP / Lusa

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