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Blogger que defende legalização da violação obrigado a cancelar encontros mundiais

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Bartek Kucharczyk / wikimedia

Daryush Valizadeh, mais conhecido como Roosh V, em Varsóvia, Polónia, em 2014

Lisboa estava entre as 160 cidades de todo o mundo que deveriam acolher, este sábado, uma série de encontros simultâneos promovidos pelo blogger norte-americano Roosh V, célebre por defender a legalização da violação de mulheres.

Estes encontros, que deveriam fortalecer os laços de homens que partilham das ideias machistas de Daryush Valizadeh, conhecido como Roosh V, foram entretanto cancelados pelo próprio, após a onda de indignação que despoletaram e os alertas das autoridades de várias das cidades envolvidas.

Lisboa era uma das 160 cidades de 43 países onde estes meetings deveriam ocorrer, promovidos pelo homem que defende ideias como a de que a violação de mulheres deve ser legalizada quando praticada em propriedade privada.

Há uma petição com mais de 247 mil subscritores apelando à Amazon para deixar de vender o seu livro “Bang”, um “manual para engatar raparigas e levá-las para a cama”, como o próprio o descreve, com a alegação de que estão “a fazer dinheiro com um homem a dizer a outros homens como conseguir violar mulheres” sem ser castigado por isso.

A marcação destes encontros originou protestos por todo o mundo, nomeadamente com petições na Internet apelando à proibição destas manifestações em países como a Austrália, do Reino Unido, da Suécia, da Irlanda e de Espanha.

Entre as muitas petições visando Roosh V no site Change.org, há várias apelando às autoridades para não o deixarem entrar no Canadá. Vários autarcas das cidades onde deveriam ocorrer os encontros já avisaram que o blogger não é bem-vindo por lá.

“As suas propostas pró-violação, misóginas e homofóbicas não são bem-vindas em Ottawa”, avisou o presidente da Câmara local, Jim Watson, citado pelo Le Journal de Montréal.

Em França e na Bélgica, alguns autarcas notam que as manifestações não têm autorização e que quem marcar presença nas mesmas estará a violar a lei.

Na sequência desta onda de revolta, o blogger anunciou o cancelamento dos eventos, alegando que não pode “assegurar a segurança ou privacidade dos homens” participantes.

“Embora não possa travar os homens que queiram continuar a encontrar-se em grupos privados, não haverá nenhum encontro oficial “Return Of Kings””, escreveu Roosh V no seu blogue.

Os encontros são promovidos sob o lema “The Return of Kings” (O Regresso dos Reis), com um site próprio com todas as indicações para os interessados onde se reforça a ideia de que se destinam “apenas a homens heterossexuais” e que são interditos a mulheres, homossexuais e transexuais.

Para o caso de aparecerem “feministas malucas” nestes meetings, como diz Roosh V, a palavra de lei é filmarem-nas e enviarem-lhe os vídeos “para que possamos desfazê-las“, escreve no blogue.

A neo-masculinidade de Roosh V

Nascido Daryush Valizadeh, o blogger de 36 anos é mais conhecido pelo nome de combate Roosh V e tem vários livros publicados, onde defende abertamente o sexismo, militando pela legalização da violação sob o argumento de que cabe às mulheres não se deixarem violar protegendo-se e não aos homens controlarem-se.

Roosh V, que trocou a carreira de microbiologista industrial pela de blogger, é apologista daquilo que defende como a “neo-masculinidade” e diz que “o valor de uma mulher depende significativamente da sua fertilidade e beleza”, enquanto “o valor de um homem depende significativamente dos seus recursos, intelecto e carácter”.

Também argumenta que a igualdade entre géneros e a liberdade sexual nas mulheres “liberta a sua promiscuidade e outros comportamentos negativos que bloqueiam a formação da família”.

SV, ZAP

6 Comments

  1. Tristemente, em várias países árabes africanos e asiáticos estas ideias e comportamentos são prática comum. Em especial nos países muçulmanos menos desenvolvidos onde as mulheres devem andar tapadas para não despertar o desejo nos homens. Também há malucos que defendem o canibalismo e outras práticas selvagens que hoje a humanidade já (quase) ultrapassou. Podiam juntar os malucos todos num barco e…

  2. As feminazis incomodam-se muito com a opinião de um indivíduo num artigo de um blogue, mas mantêm-se silenciosas perante a onda de assédio e violações praticadas por muçulmanos na Europa.

  3. É bom haver este tipo de pessoas!! Para combater o excesso de feminismo que por aí anda!! Antes as mulheres tinham razão, eram oprimidas! Mas já há muito tempo que deixaram de ser!! E ainda bem!! Mas não devem pintar o mundo de cor-de-rosa!! O equilíbrio cabe em todo o lado!

  4. “É bom haver este tipo de pessoas”, a sério que escreveu isso? Quanto machismo, se não houvesse gente a pensar assim, podia-se dizer que as mulheres eram verdadeiramente livres! Pintar o mundo cor de rosa?? As mulheres apenas desejam igualdade de oportunidades, tanto a nível pessoal quanto a nível profissional, mas infelizmente isso ainda é uma miragem para a grande maioria…

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