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Beber álcool anula efeitos da ida ao ginásio (mas só nos homens)

Se está a pensar em sair à noite para beber uns copos a mais depois de ter feito um treino intenso no ginásio, não faça isso. É provável que se vá sentir pior do que se não tivesse sequer ido treinar, apurou um novo estudo que revela que beber álcool anula os efeitos do exercício físico, mas só nos homens.

A investigação, que vai ser publicada no próximo número do Journal of Strength and Conditioning Research, apurou que os homens que bebem álcool, depois de terem feito treino intenso de força, apresentam níveis inferiores dos sinais químicos associados à estimulação do crescimento e da reparação musculares.

“Um pouco de álcool não é provavelmente um problema. Mas se se fizer treino pesado de resistência, se se sair para beber nessa noite, o melhor é não ir para o ginásio antes”, explica o co-autor do estudo, Jakob Vingren, professor de biologia e cinesiologia na Universidade North Texas, em Denton, nos Estados Unidos, ao Live Science.

“É possível que no próximo dia se esteja em pior situação do que se não se tivesse ido ao ginásio”, declara.

Os investigadores partiram das conclusões de estudos anteriores para tentarem perceber se o uso abusivo de álcool, que reduz a resposta química que estimula o crescimento e a reparação dos tecidos musculares, é ou não mais forte do que o treino de resistência que intensifica aqueles sinais, nas pessoas que enveredam pelas duas práticas.

Assim, pediram a 10 homens e a 9 mulheres, todos praticantes de treino de força, para, pelo menos duas vezes por semana, fazerem seis conjuntos de agachamentos com pesos pesados.

Depois do exercício, deram aos participantes água com um “cheirinho” a álcool ou vodka diluída em água.

Os resultados revelaram que nos homens, beber álcool “reduziu a activação de um caminho químico” que estimula o crescimento e a recuperação dos músculos.

O mesmo efeito não se verificou nas mulheres e os investigadores não sabem dizer porquê.

A explicação pode estar nas hormonas, assinala Vingren, nomeadamente na testosterona que é altamente estimulada pelo exercício nos homens, ao contrário do que se passa nas mulheres.

Vingren sublinha ainda que há estudos que apuraram que as pessoas que fazem mais exercício tendem também a beber mais.

Um desses casos é uma pesquisa de 2007, publicada no jornal Substance Abuse & Misuse, que concluiu que os atletas universitários são mais propensos a bebedeiras do que os seus colegas de faculdade que não praticam desporto.

Os investigadores não sabem explicar esta ligação, mas “pode ser por os centros da recompensa no cérebro serem activados tanto pelo exercício como pela bebida”, ou por “as normas sociais em alguns desportos normalizarem a bebida”, ou ainda porque algumas pessoas “vão exercitar-se para ganhar “calorias” antes de irem beber”, destaca Vingren, citado no mesmo site.

ZAP

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