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BCE quer plano alternativo à recapitalização pública da Caixa

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PSD / Flickr

Luis Marques Mendes

Luis Marques Mendes

O Banco Central Europeu quer um plano alternativo à recapitalização pública da Caixa Geral de Depósitos, revelou Marques Mendes. 

No seu programa de comentário semanal na SIC, o antigo líder do PSD deu a conhecer o conteúdo de uma carta enviada pelo BCE a 8 de junho à administração da CGD.

A instituição está contra as mudanças previstas para a Caixa e pede com urgência um plano alternativo à recapitalização pública da Caixa Geral de Depósitos.

“Por fim, em virtude das significativas incertezas em torno da recapitalização do banco do Estado, a CGD necessita urgentemente de desenvolver e apresentar ao BCE um plano alternativo para potenciar a sua adequação de capital para a eventualidade de a recapitalização por parte do Estado acabar por se revelar impraticável”, cita Marques Mentes.

“Na sua carta, o BCE coloca uma questão nova, até hoje não falada por ninguém. Pede expressamente, e com urgência, uma proposta alternativa à capitalização pública. Até agora, só se tem falado em capitalização por parte do Estado. Em que ficamos? O Governo preparou ou está a preparar uma alternativa à capitalização do Estado? Sim ou Não?”, questiona o comentador.

Marques Mendes conta ainda que na carta o BCE tecia também várias considerações sobre o conselho de administração da CGD, que será presidida por António Domingues, que sai da administração do BPI.

“O que publicamente foi dito é que a CGD terá 19 administradores. Só que o BCE contesta este número e recomenda um máximo de 15. Em que ficamos? Vai haver mudanças? Acumulação de funções entre Presidente do Conselho de Administração e Presidente da Comissão Executiva. A proposta publicamente conhecida é a de que António Domingos acumulará os dois cargos, Chairman e CEO. O Banco Central Europeu, ao contrário, opõe-se à ideia. Entende que deve haver separação. Em que ficamos?”.

Na carta, o BCE alerta ainda para que os nomes “não suscitem conflitos de interesse de qualquer natureza”, não especificando quem da lista de nomes poderá suscitar essa dúvida.

Patrão da Peugeot Citroen na administração da CGD

Na carta, de acordo com o líder social-democrata, o BCE alerta para o facto de ser desejável que os próximos administradores executivos e não executivos da Caixa tenham conhecimentos na área da banca.

Isto vai na contra-mão do anúncio desta segunda-feira de que Carlos Tavares, presidente do grupo PSA Peugeot Citroen, vai ser administrador não-executivo da CGD, acumulando os dois cargos.

Segundo o Jornal de Negócios, Carlos Tavares aceitou o convite de António Domingues, futuro presidente da CGD, para integrar a equipa de 12 administradores do banco público.

“Carlos Tavares aceitou o convite para o novo cargo, que vai acumular com a liderança do grupo PSA Peugeot Citroen”, escreve o Negócios.

A mesma notícia refere que o gestor português integrou a administração da Peugeot Citroen em janeiro de 2014 e que, no passado mês de março, os representantes do Estado francês no grupo automóvel votaram contra a remuneração de Carlos Tavares, “depois de o seu salário ter duplicado entre 2014 e 2015, para mais de cinco milhões de euros por ano”.

Além do presidente da PSA, são apenas conhecidos os nomes de mais quatro futuros administradores não executivos da CGD: Rui Vilar, ex-presidente do banco público; Leonor Beleza, que lidera a Fundação Champalimaud; Bernardo Trindade, administrador do grupo hoteleiro Porto Bay; e Pedro Norton, antigo líder executivo do grupo Impresa – estes últimos três sem experiência no setor.

ZAP

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