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Bastonária dos enfermeiros queixa-se que entrevista foi manipulada

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A bastonária dos enfermeiros entregou à inspeção a revista integral à Renascença para clarificar as suas declarações sobre a prática de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde.

Ana Rita Cavaco, já foi ouvida esta semana pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), depois das suas declarações numa entrevista à Renascença em que deu a entender que se pratica eutanásia no Serviço Nacional de Saúde.

Segundo o Expresso, a bastonária dos enfermeiros assegurou aos inspetores que as suas palavras tinham sido desvirtuadas e, por isso, fez questão de entregar à IGAS a transcrição completa da entrevista, transmitida na semana passada no programa “Em Nome da Lei”.

A bastonária considera que o excerto publicado estava truncado e que o texto que acompanhava o vídeo tinha palavras que não disse e omitia as afirmações nas quais deixava claro que não conhecia essa prática no SNS.

Em declarações ao mesmo jornal, a equipa do programa de rádio garantiu que o sentido das declarações não foi alterado.

“Havia uma palavra errada, que foi corrigida. Foi necessário montar os sons e retirou-se o menos importante”, explicou Marina Pimentel.

A jornalista assegura ainda que “não há truncagem, porque não foi mudado o sentido nem a coerência do discurso”.

A bastonária deverá ainda ter de prestar esclarecimentos à Procuradoria-Geral da República, que também abriu um inquérito para investigar o caso.

Na altura da entrevista, Ana Rita Cavaco afirmou que a eutanásia “já é de alguma forma praticada nos hospitais do SNS com médicos que sugerem essa solução para alguns doentes”.

“Vi casos em que médicos sugeriram administrar insulina aos doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém, porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano“, disse ainda.

As declarações da bastonária lançaram o tema da eutanásia de volta à discussão pública, tendo um enfermeiro confirmado, em entrevista ao JN, que assiste à morte assistida há mais de 40 anos.

ZAP

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