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Ativistas paquistaneses querem abrir a primeira mesquita LGBT do país

Hashoo Foundation / Flickr

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A Shemale Association For Fundamental Rights (SAFFAR), uma ONG que luta pelos direitos fundamentais no Paquistão, está a planear abrir uma mesquita LGBT na cidade de Islamabad, onde vivem aproximadamente 2.700 transgéneros.

A organização, que já arrecadou cerca de 7 mil dólares para a construção da mesquita, quer assegurar o direito dos LGBT’S poderem deslocar-se a um templo religioso em segurança, já que muitas vezes são expulsos das mesquitas, ou então são forçados ir para um local que não é dedicado ao culto.

“A principal razão para construir esta mesquita é transmitir a mensagem de que as pessoas que são transgéneros também são muçulmanas, e têm o direito de praticar orações dentro de uma mesquita, e de recitar ou ensinar o Alcorão”, disse Nadeem Kashish, fundadora do SAFFAR.

A mesquita será grande o suficiente para acomodar até mil pessoas e estará “aberta a qualquer pessoa, independentemente da crença religiosa”, destaca a organização no Facebook.

Em todo o mundo, os transgéneros enfrentam várias dificuldades culturais e sociais que as tornam alvo de violência e assassinato – sendo, muitas vezes, rejeitadas pela família.

Quase 300 pessoas trans foram mortas no ano passado, e 240 nos primeiros 10 meses deste ano, segundo o relatório da TGEU – Transgénero Europa, que contabilizou mundialmente 2.264 mortes desde 2008 até outubro de 2016.

A maioria ocorreu no Brasil (123), México (52), Estados Unidos (23), Colômbia (14) e Venezuela (14). Na Ásia, a maior parte dos casos aconteceu na Índia (6) e Paquistão (5). Já na Europa, os casos aconteceram sobretudo em Itália (5) e na Turquia (5).

A primeira mesquita transgénero do mundo foi fundada em 2008 por Shinta Ratri, na Indonésia, como um lugar de culto e ensino. Chamada de “Pondok Pesantren Waria”, o local foi encerrado em fevereiro deste ano devido a ameaças da Jihad Islâmica.

Várias mesquitas LGBT foram fundadas na África do Sul, Paris e outros países, mas todas têm lutado contra a ameaça constante de violência.

ZAP / Hypeness

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