/

Atentado em Nice fez 84 mortos. Há um português entre os feridos

1

(dr) Nice-Matin / Twitter

A Promenade des Anglais, em Nice, após o atentado desta quinta-feira

A Promenade des Anglais, em Nice, após o atentado desta quinta-feira

O número de mortos no ataque cometido com um camião na noite desta quinta-feira em Nice, no sul de França, subiu para 84. Há também mais de cem de feridos, 18 em estado muito grave.

O novo balanço, divulgado pelo ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, dá conta de 84 mortos, entre eles várias crianças, e mais de cem feridos, sendo que 18 se encontram em “condição crítica”.

O ataque aconteceu na noite desta quinta-feira, em Nice, no sul de França, no dia em que milhares de pessoas assistiam ao fogo de artifício das comemorações da Tomada da Bastilha, feriado nacional.

O homem entrou pela Promenade des Anglais, um ponto turístico muito popular na cidade, com um camião e durante dois quilómetros atropelou as pessoas que se encontravam na avenida e ainda disparou alguns tiros.

O atacante acabou por ser abatido pela polícia e sabe-se agora que o camião tinha armas e granadas no interior. A viatura tinha sido alugada há uns dias noutra localidade francesa.

Segundo a imprensa francesa, o suspeito chama-se Mohamed Lahouaiej Bouhlel, o nome que terá sido encontrado no bilhete de identidade que estava no veículo pesado.

O homem tinha 31 anos de idade, era natural de Nice mas tinha origem tunisina. O seu cadastro apresentava apenas delitos comuns, não estando, por isso, referenciado pelos serviços secretos franceses.

O ataque ainda não foi reivindicado por nenhum grupo terrorista mas tudo indica que se trata de um atentado. Aliás, militantes do Daesh celebraram o incidente com mensagens de regozijo em várias redes sociais.

O próprio presidente francês, François Hollande, descreveu o ataque de “caráter terrorista”  que “não pode ser negado”.

O chefe de Estado dirigiu-se de imediato a Paris, para se juntar à célula de crise, onde se encontrou com o primeiro-ministro, Manuel Valls, e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

Hollande expôs o desejo da França reforçar a sua ação no Iraque e na Síria. Além disso, já anunciou que vai prolongar o estado de emergência, que devia terminar a 26 de julho, por mais três meses.

O país decretou três dias de luto nacional, nos dias 16, 17 e 18 de julho e está novamente em alerta máximo, depois do atentado na capital francesa em novembro do ano passado que provocou a morte de 130 pessoas.

Para já, as autoridades mantêm isolada a zona atingida pelo ataque, normalmente muito visitada por turistas. Segundo o jornal local Nice-Matin, a polícia levou a cabo um raide na casa do condutor do camião.

Ainda não foram divulgadas as nacionalidades das vítimas mortais mas a imprensa fala em dois norte-americanos, uma russa, uma arménia, um ucraniano, uma suíça e três alemães.

Há um ferido português

Na cidade da Côte d’Azur vivem cerca de dez mil portugueses, a maioria dos quais trabalha na restauração.

A Secretaria de Estado das Comunidades já confirmou, entretanto, que há um ferido de nacionalidade portuguesa.

O Governo português já lamentou o ataque e enviou mensagens de condolências ao Presidente e ao primeiro-ministro franceses.

Num comunicado assinado pelo primeiro-ministro, António Costa, o executivo “repudia e condena veementemente este atentado que, mais uma vez, ataca a França e todos os europeus”.

“Lamentamos as vítimas e manifestamos total solidariedade para com França e os franceses nesta luta contra o terrorismo. A embaixada e consulados portugueses estão a trabalhar com autoridades francesas e disponíveis para ajudar todos os que necessitem”, refere-se no mesmo comunicado.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem ao seu homólogo francês.

“Foi com grande consternação que tomei conhecimento do hediondo atentado ocorrido esta noite em Nice, que teve lugar, para mais, num dia tão especial para França”, pode ler-se.

“Os meus pensamentos estão com as dezenas de vítimas e com os seus familiares, com todos os franceses, em solidariedade fraterna neste momento de dor e de angústia”, acrescenta.

“Foi tudo muito rápido”

Fátima Lopes, portuguesa nascida em França, contou à agência Lusa que ainda está “muito chocada” com o que aconteceu.

“Estava na Promenade des Anglais [quando] vi aquele camião em cima do passeio a levar as pessoas todas à frente. Estava já um senhor morto à minha beira. Estava cheio de mortos (…). Estou muito chocada porque havia muitas crianças mortas“, contou, num relato emocionado.

Descrevendo uma cena “horrível”, recorda o “pânico incrível” que se gerou, com toda a gente a gritar e “a fugir para um lado e para o outro”.

Fátima Lopes estava com o marido quando ocorreu o ataque. Tinham ido jantar com a filha a um restaurante e iam a passar, numa altura em que o fogo-de-artifício estava a acabar, quando viram um camião a seguir a alta velocidade.

“Foi tudo tão depressa, o camião ia a mais de 90 [quilómetros] à hora”, relatou, recordando que até comentou com o marido que o condutor do veículo pesado devia ter perdido o controlo ou ter tido problemas nos travões.

“Saímos do carro e começou tudo a parar, a dar assistência às pessoas, a cobri-las com o que tinham, com casacos, sei lá. Eram só mortos, só pedaços de pessoas“, descreveu.

Outros familiares de Fátima Lopes também testemunharam o ataque.

“A minha irmã se não fosse o homem dela puxá-la para trás também estava morta. Os meus sobrinhos, com 10 e 14 anos, também viram os mortos como eu e começaram a chorar”, relatou.

“O que a gente queria era meter-se num cantinho e não mexer mais”, lembrou.

ZAP / Lusa / Move / Bom Dia

1 Comment

  1. Já se sabia que a Nova Desordem nunca iria levantar a lei marcial imposta pela ultima fantochada criada pelo governo frances para retirar liberdades ao povo, parece que mais uma vez o povo vai comer e calar, e assim como na frança tambem muito provavelmente no resto da europa.. 3ª mundial aqui vamos nós.. “o povo é sereno”

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.