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Ataque cardíaco deixa um “rasto de células”

Luis Carlos Araujo / Flickr

"Heart Attack", por Luis Carlos Araujo (TD)

Heart Attack“, por Luis Carlos Araujo (TD)

Pacientes que sofreram um ataque cardíaco apresentam células diferentes no sangue, segundo um estudo de investigadores americanos. Os cientistas agora querem saber se poderão prever ataques cardíacos futuros.

O estudo, que envolveu 111 voluntários e foi publicado na revista especializada Physical Biology, conseguiu encontrar no sangue uma diferença entre os pacientes saudáveis e os que sofreram ataque cardíaco.

Agora, os pesquisadores do Scripps Research Institute, na Califórnia, estão a tentar descobrir se esta diferença pode ajudar a prever um futuro ataque cardíaco.

As placas gordurosas que se acumulam nas paredes dos vasos sanguíneos podem romper-se, liberando fragmentos para a corrente sanguínea, podendo bloquear o fluxo de sangue para os vasos em volta do coração e causar um ataque cardíaco.

Segundo os cientistas, durante este processo “são libertadas no sangue células endoteliais”.

Ausentes nos saudáveis

Exames feitos em 79 pacientes depois de um ataque cardíaco foram comparados com os exames realizados em 25 pessoas saudáveis e outras sete que estavam sob um tratamento para problemas nos vasos sanguíneos.

The Scripps Research Institute.

O investigador Peter Kuhn

O investigador Peter Kuhn

“O objetivo desta pesquisa foi estabelecer provas de que estas células endoteliais que circulam no sangue podem ser detectadas em pacientes depois de um ataque cardíaco e não existem em pacientes saudáveis”, afirmou um dos investigadores, Peter Kuhn, “e conseguimos provar isso”.

“Os nossos resultados foram tão significativos em relação aos pacientes de controle saudáveis que o próximo passo óbvio é avaliar a utilidade do exame para identificar pacientes nos primeiros estágios de um ataque cardíaco”, acrescentou.

Para Mike Knapton, da organização britânica especializada em campanhas de esclarecimento relacionadas com a saúde do coração, a British Heart Foundation, “é improvável que a descoberta mude a forma como as pessoas são tratadas” no curto e médio prazo.

“Já temos boas maneiras de tratar e diagnosticar ataques cardíacos e metas para garantir tratamento rápido”, afirmou.

“Mas este estudo parece estabelecer as bases para pesquisas futuras para verificar se este exame pode ser usado para identificar pacientes nos primeiros estágios de um ataque cardíaco”, acrescentou.

ZAP / BBC

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