/

Astrónomos descobrem planeta com três sóis

1

L.Calcada / ESO

Conceito artístico de uma perspectiva do sistema solar triplo HD 131399

Conceito artístico de uma perspectiva do sistema solar triplo HD 131399

Uma equipa internacional de astrónomos detetou um planeta com três sóis, revelou o Observatório Europeu do Sul, OES, adiantando que tal observação sugere que sistemas triplos de estrelas como este “possam ser mais comuns” do que se pensava.

O grupo usou um dos instrumentos do telescópio VLT do OES, no Chile, para obter as imagens.

Num planeta destes, um observador poderia desfrutar de dias constantes, isto é, sem noite, ou de triplos nascimentos e ‘pores-do-Sol’ todos os dias, dependendo das estações, que “duram mais que uma vida humana”, assinala em comunicado o OES, organização da qual Portugal faz parte.

Os resultados da investigação, liderada por astrónomos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, foram publicados esta quinta-feira na edição digital da revista Science.

O planeta em causa tem o nome de registo HD 131399Ab e orbita a estrela mais brilhante das três, a HD 131399A.

A sua órbita, que totaliza 550 anos terrestres, é a maior conhecida num sistema estelar múltiplo.

A descoberta surpreendeu os cientistas, porque as órbitas como a do HD 131399Ab “são frequentemente instáveis, devido à atração gravitacional, complexa e variável, das outras duas estrelas do sistema”, pelo que pensavam que “seria muito improvável existirem planetas em órbitas estáveis nestas condições”.

Para os astrónomos, planetas como o HD 131399Ab “têm um interesse especial”, uma vez que “mostram como funciona a formação planetária em cenários muito extremos”, refere o OES na nota, sublinhando que, ao contrário do que se julgava, os sistemas estelares múltiplos “são tão comuns” como as estrelas individuais, como o Sol.

O HD 131399Ab está situado a cerca de 320 anos-luz da Terra, na constelação de Centauro, e tem cerca de 16 milhões de anos, o que o torna num dos exoplanetas mais jovens até agora descobertos: o Universo tem cerca de 14 mil milhões de anos.

É também “um dos muito poucos a terem sido diretamente fotografados”, diz .

Os cientistas estimam que a estrela mais brilhante das três tenha mais massa do que o Sol, e que esteja a ser orbitada pelas restantes, com menos massa, que rodopiam em torno uma da outra.

Estas duas estrelas estão separadas entre si aproximadamente pela distância que separa o Sol de Saturno.

/Lusa

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.