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Arrow diz que não recebeu benefícios fiscais em Portugal

EU Council Eurozone / Flickr

A ministra as Finanças, Maria Luís Albuquerque

A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque

A Arrow Global, empresa que contratou a ex-ministra Maria Luís Albuquerque como administradora não executiva, garante que não beneficiou de isenção de impostos ou de benefícios fiscais em Portugal.

A empresa decidiu emitir um comunicado, depois de a imprensa ter avançado esta quarta-feira que as empresas Whitestar e Gesphone, detidas pela Arrow no ano passado, receberam cerca de 400 mil euros em benefícios fiscais até 2014.

Segundo a informação disponibilizada pela Autoridade Tributária, as duas tiveram benefícios fiscais num total de 381,7 mil euros entre 2012 e 2014, sendo que a maioria do benefício foi para a Whitestar, num total de 362,5 mil euros.

De acordo com a nota enviada pela empresa, citada pelo DN, a empresa assegura que “não recebeu qualquer tipo de isenção de impostos ou benefícios fiscais em Portugal”, até porque só adquiriu a Whitestar em abril de 2015.

Tudo indica que a empresa não teve benefícios fiscais de forma direta, mas falta saber se o mesmo aconteceu no ano de 2015 relativamente às subsidiárias que entretanto foram adquiridas.

Este é um assunto que os deputados do PCP e Bloco querem ver esclarecido na subcomissão de ética, que está também a avaliar se a atual deputada do PSD cumpre, ou não, o regime das incompatibilidades dos titulares de cargos políticos.

Segundo o Público, uma das questões que os deputados querem ver esclarecidas é se as subsidiárias da empresa receberam, de forma direta ou indireta, apoios financeiros do Estado enquanto Maria Luís esteve no Governo, entre 2011 e 2015.

Em declarações ao mesmo jornal, a bloquista Mariana Mortágua defende que é preciso esclarecer “qual é o papel da Arrow e a sua integração na economia portuguesa” para se perceber a “a gravidade do conflito de interesses”.

A polémica em torno da Arrow Global começou depois da empresa britânica ter contratado a ex-ministra Maria Luís Albuquerque para o cargo de administradora não executiva, sendo conhecido que gere em Portugal uma carteira de crédito de 5,5 mil milhões de euros, com clientes como o Banif, o Millennium BCP, o Santander, o Banco Popular, o Montepio, entre outros.

No mesmo comunicado, o grupo explica porque é que contratou a ex-governante do PSD, referindo que tem uma “vasta experiência e o conhecimento dos mercados financeiros internacionais”.

De acordo com o DN, a empresa garante ainda que “não teve qualquer contacto ou ligação” com Maria Luís durante o Governo de Passos Coelho e que esta “não esteve envolvida em qualquer contrato ou acordo comercial que envolvesse a Arrow Global ou a Whitestar”.

ZAP

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