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Amnistia Internacional acusa Estado Islâmico de crimes “em larga escala”

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Jihadistas do Estado Islâmico, entre os quais o luso-descendente Abou Uthman

Jihadistas do Estado Islâmico, entre os quais o luso-descendente Abou Uthman

A Amnistia Internacional acusou esta segunda-feira o grupo fundamentalista Estado Islâmico de cometer crimes de guerra e contra humanidade “em larga escala” no Iraque, submetendo mulheres e crianças a “um tratamento particularmente brutal”.

No mais recente comunicado sobre “a tortura brutal” a que estão sujeitos os grupos minoritários no Iraque, a organização de defesa dos direitos humanos denuncia o “recurso à violação como arma de guerra”.

Segundo a AI, o Estado Islâmico tem “sistematicamente” dirigido os ataques contra as comunidades não-árabes e não-sunitas, o que inclui os muçulmanos xiitas e outros grupos minoritários, como os yazidi. Entre estes, mulheres e crianças têm sido alvos de “um tratamento particularmente brutal”, refere a organização.

Violação e outras formas de tortura e violência sexual, sequestros, privação arbitrária da liberdade e obrigar pessoas a agir contra as suas convicções religiosas são crimes de guerra”, recorda a Amnistia.

Apesar da condenação internacional, “o Estado Islâmico não tem revelado qualquer intenção de acabar com os crimes de guerra e contra a humanidade”, reconhece a Amnistia, apelando, por isso, a todas as partes, dentro ou fora do Iraque, que contribuam para “pôr fim aos sequestros, casamentos forçados, violações e outros abusos”.

O Estado Islâmico continua a manter sequestradas “centenas de prisioneiros, incluindo crianças”, critica a Amnistia, denunciando que aqueles que já foram libertados ou conseguiram fugir “não estão a receber a ajuda e o apoio de que precisam desesperadamente”, nomeadamente por parte das organizações internacionais.

A Amnistia realça a necessidade de fornecer “cuidados médicos adequados e atempados” aos poucos que têm conseguido escapar ao grupo Estado Islâmico.

Os serviços de apoio devem ainda ser geográfica e financeiramente acessíveis a quem deles precisa, defende a organização, sublinhando também a importância de manter a privacidade e confidencialidade das vítimas.

“Os jornalistas não devem tentar entrevistar sobreviventes sem garantias de um consentimento informado e os familiares, ativistas e líderes comunitários não devem pressioná-los a prestar declarações à imprensa ou a outros, se eles não se sentirem confortáveis para o fazer”, frisa a Amnistia.

A comunidade internacional tem repetidamente acusado o Estado Islâmico de crimes de guerra e contra a humanidade, desde que, em junho, o grupo armado fundamentalista começou a controlar vastas zonas do Iraque e da Síria, onde diz pretender instaurar um “califado islâmico”.

Na sequência da progressão do Estado Islâmico no Norte do Iraque, que já causou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados e refugiados, os Estados Unidos desencadearam, a 08 de agosto, uma operação com raides aéreos contra as posições do grupo, atualmente suportada por cerca de 60 países.

/Lusa

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