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Ambientalistas pedem a autarquias para deixarem de usar herbicidas cancerígenos

SXC

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Associações portuguesas de defesa do ambiente pedem aos autarcas para deixarem de utilizar herbicidas em espaços urbanos, uma prática generalizada em todo o país que tem riscos ambientais e para a saúde.

Numa carta dirigida a todos os presidentes das câmaras municipais portuguesas, a Quercus e a Plataforma Transgénicos Fora (PTF), que reúne as principais associações nacionais de defesa do ambiente, apontam o uso cada vez mais frequente do glifosato.

Com a proliferação das culturas geneticamente modificadas (OGM), que passaram a resistir ao herbicida quando antes da modificação genética morriam com a sua aplicação, a utilização do glifosato tem aumentado muito nos últimos anos.

No âmbito da Semana Internacional de Ação contra os Pesticidas, que se inicia hoje e decorre até dia 30 de março, as organizações pedem ao municípios que adiram à “Autarquias Sem Glifosato“, uma iniciativa internacional promovida pela PAN (Pesticide Action Network), integrada pela Quercus.

A associação salienta que já tem alertado para o problema, mas “infelizmente, até ao momento, a realidade não se alterou”.

Produto “inócuo” afinal é cancerígeno

Segundo os ambientalistas, “têm surgido cada vez mais estudos de cientistas não dependentes” das empresas do setor e publicados nas revistas científicas mundiais a apontar para “as consequências gravosas para a saúde e para o ambiente”, de vários herbicidas, principalmente aqueles cuja substância ativa é o glifosato.

Em Portugal, está autorizada a comercialização de um herbicida à base de glifosato para usos urbanos, o SPASOR, e “o seu fabricante, a multinacional Monsanto, alega que é inócuo para insetos auxiliares, minhocas, abelhas e humanos e completa e rapidamente biodegradável na água e no solo”, refere uma informação divulgada pela Quercus.

“O glifosato atua nos animais como desregulador hormonal e cancerígeno, em doses muito baixas, que podem ser absorvidas nos alimentos e na água de consumo, supostamente potável”, contraria a associação de defesa do ambiente.

A nova lei sobre o uso de pesticidas em Portugal, publicada em abril do ano passado, contempla a aplicação destes produtos em espaço urbano apenas como o último recurso.

Os ambientalistas contrapõem que existem outros meios para combater as plantas infestantes, ou ervas, e apontam exemplos como os meios mecânicos, térmicos ou manuais, não deixando de lembrar que, por vezes, “nem se justifica uma tão grande eliminação, pois as ervas têm diversas vantagens” já que protegem o solo e aumentam a biodiversidade.

A Quercus e a PTF prometem divulgar em outubro, pela primeira vez, o registo público das autarquias subscritoras do Manifesto de adesão ao Autarquia sem Glifosato, prometendo deixar de aplicar herbicidas sintéticos em zonas de lazer e espaços sob sua responsabilidade.

/Lusa

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