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Afinal os adultos só têm uma gripe a sério de 5 em 5 anos

Um novo estudo desenvolvido, por cientistas chineses, ingleses e americanos, sugere que os adultos só têm uma gripe a sério de cinco em cinco anos.

Segundo a equipa internacional de cientistas responsável pelo estudo, apesar de muitos adultos ficarem doentes com uma frequência maior do que esta, as infecções parecidas com a gripe são normalmente as responsáveis por esses episódios.

No estudo, realizado na China, os cientistas examinaram amostras de sangue de 151 voluntários com idades entre os 7 e os 81 anos para analisar a frequência de ocorrência de gripe.

A investigação, publicada na revista especializada PLoS Biology, analisou as 9 principais variedades de gripe conhecidas e em circulação no mundo entre os anos de 1968 e 2009.

Todas estas variedades de gripe são variantes do vírus da influenza A, o H3N2.

De acordo com os investigadores, esta é a primeira vez que são reunidos dados relativos a um período de vida tão longo.

Estes dados devem ajudar os especialistas a entender melhor quem corre mais risco de apanhar uma gripe e qual a frequência, além de ajudar a compreender como é que a doença se espalha em diferentes comunidades.

No sangue

Os investigadores, ligados ao Imperial College de Londres e a institutos nos Estados Unidos e na China, procuraram anticorpos no sangue dos voluntários para tentar descobrir se eles tinham realmente sido infectados com vírus da gripe e com que frequência.

imperial.ac.uk

Steven Riley, investigador do Centro de Pesquisa Médica para Análise de Epidemias do Imperial College de Londres

Steven Riley, investigador do Centro de Pesquisa Médica para Análise de Epidemias do Imperial College de Londres

Os cientistas descobriram que, enquanto as crianças apanham gripe de dois em dois anos aproximadamente, as infecções são menos frequentes com o passar dos anos.

Entre os voluntários estudados, a partir dos 30 anos, as infecções por gripe tendem a ocorrer a uma taxa estável de cerca de duas vezes por década.

Um dos autores do estudo, Steven Riley, investigador do Centro de Pesquisa Médica para Análise de Epidemias do Imperial College, explicou à BBC que a frequência exacta dessas infecções está sujeita a diversas variáveis, como por exemplo os níveis de vacinação contra a doença.

Segundo Riley, a gripe estudada incluía variedades que se espalharam rapidamente pelo mundo, incluindo na Europa e Estados Unidos.

“Para os adultos, descobrimos que a infecção por influenza é, na verdade, menos comum do que alguns pensam. Na infância e adolescência é mais comum, possivelmente por as crianças terem mais contacto com outras pessoas”, acrescentou Riley.

Ron Eccles, do Centro de Constipação Comum da Universidade de Cardiff, na Grã-Bretanha, afirma que o estudo é “interessante”.

“Há muita confusão entre uma constipação e uma gripe“, acrescentou Eccles.

Eccles alerta para o facto de que muitas infecções são silenciosas e só são detectadas por análise ao sangue do paciente.

Constipação ou gripe?

Constipações e gripes são causados por vírus, mas pode ser difícil diferenciar as duas doenças levando em conta apenas os sintomas.

As duas doenças podem causar febre e dor de garganta, além de tosse e espirros. Aliás, ambas são transmitidas de pessoa para pessoa através de espirros e tosse.

O que uma pessoa considera gripe, outra pode chamar de uma constipação forte, por exemplo.

No caso da constipação comum, os sintomas chegam de forma gradual. Geralmente, são mais suaves e afectam principalmente o nariz e a garganta.

A gripe é mais grave e normalmente faz com que a pessoa tenha vontade ficar na cama. Os sintomas incluem dores musculares, nariz entupido ou pingo.

A gripe é desagradável, mas não é uma ameaça para a maioria dos adultos saudáveis. No entanto, pode trazer consequências graves para idosos e pessoas com outros problemas crónicos de saúde, como a asma.

Por isso, os médicos recomendam que os grupos da população que correm mais riscos se vacinem contra a gripe todos os anos.

Infelizmente, o vírus da gripe está em constante mutação, o que torna mais difícil determinar a variedade que deve ser usada na vacina.

Portanto, na dúvida… mantenha-se o nariz sempre quentinho, e procure quem lhe dê carinho.

ZAP / BBC

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