400 gnomos de jardim desaparecem e aquecem eleições na Áustria

Colibri1968 / Wikimedia

O desaparecimento de 400 gnomos de jardim está a causar polémica na política da Áustria. Há países onde os gnomos são muito importantes.

Os gnomos de jardim, que no país são conhecidos como Coolmen, estavam a ser usados como material de campanha do SPOE, o Partido Social Democrata austríaco, de esquerda, nas eleições na província de Vorarlberg, marcadas para 21 de setembro.

Um porta-voz do partido, Reinhold Einwallner, levantou suspeitas sobre membros do partido adversário, o Partido do Povo, ou OeVP, de orientação conservadora.

Einwaller afirmou à BBC que os 400 gnomos, que estavam expostos em postes de iluminação nas cidades de Rankweil e Bregenz, desapareceram na noite de sábado.

“Um detalhe interessante é que nos mesmos postes, à mesma altura, estão agora pendurados cartazes de campanha do OeVP”, diz.

SPOE

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Que tivessem sido levados para casa

Einwaller diz que o PSD ficaria satisfeito se os seus eleitores tivessem levado os gnomos para os seus jardins.

Mas não pode ficar simplesmente em silêncio quando material de campanha no valor de 3.000 euros desaparece. Para Einwaller, o facto é um “grande escândalo“.

O Partido Social Democrata apresentou queixa na polícia e está a oferecer uma recompensa de 1.000 euros para quem der informações sobre o paradeiro dos gnomos.

Ao usar as estátuas na sua campanha eleitoral, o Partido Social Democrata rompeu com uma tradição política na Áustria. Tradicionalmente, os partidos austríacos usam apenas cartazes como material de campanha.

Apesar do desaparecimento, o Partido Social Democrata diz que vai continuar com este novo meio de campanha: já encomendou mais 20 mil gnomos, anunciou o partido.

O plano é espalhar os 20.000 novos gnomos nas próximas semanas de campanha.

A polémica revolta dos gnomos de jardim da IKEA em Inglaterra

Em Portugal o gnomo de jardim é uma criatura irrelevante e na Áustria apenas material de campanha caro, mas em alguns países é uma verdadeira instituição. É o caso da Inglaterra.

Em maio do ano passado, a IKEA lançou a campanha “Time for Change” (Tempo de Mudança) e uma inesperada controvérsia estalou no Reino Unido. No anúncio, um casal decidia remodelar o jardim e livrar-se dos tradicionais ‘gnomos’ decorativos. Estes não gostam e revoltam-se.

A revolta dos gnomos estendeu-se de imediato a numerosos espectadores que protestaram contra a “violência excessiva” com que o casal “chacina” os inofensivos gnomos. Segundo as queixas apresentadas à ASA, entidade de regulação da publicidade no Reino Unido, o anúncio seria “ofensivo, assustador e impróprio para crianças”.

O director de Marketing da IKEA, Peter Wright, fez na altura uso do seu sentido de humor britânico para assegurar que “nenhum gnomo foi maltratado durante as filmagens, graças ao uso de efeitos especiais e corajosos duplos”.

A controvérsia foi largamente debatida nos principais órgãos de comunicação britânicos (BBC, Daily Mail, The Huffington Post, entre outros) e como não podia deixar de ser, até teve uma página no Facebook: Stop IKEA murdering Gnomes.

Entretanto, as vendas de gnomos aumentaram 150%. Os britânicos gostam mesmo dos seus gnomos de jardim…

ZAP / BBC

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