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3 anos depois, a Troika vai hoje embora

International Monetary Fund / Flickr

A directora-geral do FMI, Christine Lagarde

A directora-geral do FMI, Christine Lagarde

O programa de assistência financeira da troika acaba oficialmente hoje, 17 de Maio de 2014. Após três anos e 12 avaliações, os observadores do FMI, BCE e CE estão de partida, as missões de avaliação terminaram.

O governo e a “troika” falam em sucesso, com uma saída à Irlandesa. A oposição e os sindicatos garantem que o país está pior do que quando apelou ao resgate internacional.

Estes 3 anos foram ricos em declarações emblemáticas das personalidades que pautaram a actualidade política.

Recorde abaixo as frases e as figuras mais marcantes dos anos da Troika.

 

José Goulão / Flickr

Ex-primeiro ministro e líder do PS, José Sócrates

“O Governo decidiu dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira.”

“Eu não estou disponível, da minha parte, para governar com o FMI.”
José Sócrates, primeiro-ministro, 19-03-2011

“Portugal está com as calças na mão.”
Pedro Passos Coelho, líder do PSD, 19-03-2011

“Eu já ouvi o primeiro-ministro José Sócrates dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar com muitas coisas e também com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e isso é um disparate.”
Pedro Passos Coelho, líder do PSD, 01-04-2011

“O Governo decidiu dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira.”
José Sócrates, 06-04-2011

“Se soubesse como o país ia ficar, não fazia a Revolução.”
Otelo Saraiva de Carvalho, Capitão de Abril, 13-04-2011

“Portugal só tem dinheiro até maio.”
Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, 12-04-2011

“Em 11 anos, endividámo-nos 2 milhões por hora.”
Daniel Bessa, ex-ministro das Finanças, 12-04-2011

“Portugal não pode falhar. Eu sei que Portugal não falhará.”
Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, 21-06-2011

José Sena Goulão / Wikimedia

O ex-ministro das Finanças e da Economia, Teixeira dos Santos

“Portugal só tem dinheiro até maio.”

“É o chamado murro no estômago.”
Pedro Passos Coelho, depois de a Moody’s baixar o rating de Portugal para “lixo”, 06-07-2011

“Se alguma coisa de muito grave acontecer na Grécia, não podemos excluir essa possibilidade [de um novo pacote de ajuda da ‘troika’].
Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, 20-09-2011

“As medidas que constam deste orçamento são minhas, mas o défice não é meu.”
Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, 14-10-2011

“A suspensão dos subsídios de férias e de Natal da administração pública e dos pensionistas é a violação de um princípio básico de equidade fiscal. Mudou o Governo, mas eu não mudei de opinião.”
Cavaco Silva, Presidente da República, 19-10-2011

“Este não é o meu Orçamento do Estado, mas Portugal é o meu país e eu não volto as costas a Portugal.”
António José Seguro, líder do PS, Expresso, 05-11-2011

PSD / Flickr

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho

“É o chamado murro no estômago.”

“O primeiro-ministro pré-anunciou mais medidas de austeridade para o próximo ano. Quer dizer, em vez de dar soluções, o primeiro-ministro dá pesadelos aos portugueses.”
António José Seguro, líder do PS, Lusa, 01-12-2011

“A situação social poderá tornar-se insustentável.”
Cavaco Silva, na mensagem de Ano Novo, 01-01-2012

“2012 é o ano da viragem económica.”
Pedro Passos Coelho, Assembleia da República, 06-01-2012

“O anúncio do ‘PEC IV’ apanhou-me de surpresa. (…) Tratou-se de uma falta de lealdade institucional que ficará registada na história da nossa democracia. O Presidente da República, nos termos constitucionais, deve ser informado acerca de assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do País.
Cavaco Silva, no prefácio de “Roteiros IV”, 09-03-2012

“O senhor primeiro-ministro escolheu um caminho, pois bem, desejo-lhe boa viagem, mas vai sozinho, porque o PS não assina de cruz nenhum documento que entregue em Bruxelas sem ser discutido com o PS.”
António José Seguro, AR, 27-04-2012

Partido Socialista / Facebook

O líder do PS, António José Seguro

“Em vez de dar soluções, o primeiro-ministro dá pesadelos aos portugueses.”

“O Governo não está a preparar um aumento de impostos. Não estamos a pôr porcaria na ventoinha e a assustar os portugueses.”
Pedro Passos Coelho, AR, 11-07-2012

“A receita de austeridade a qualquer custo, a qualquer preço, é parte do problema, não é parte da solução.”
António José Seguro, 03-08-2012

“O ano de 2013 será um ano de inversão na situação económica.”
Pedro Passos Coelho, 14-08-2012

“Parece difícil. Mais austeridade só eventualmente para aqueles que até ao momento não sofreram sacrifícios.”
Cavaco Silva, 01-09-2012

“O Governo decidiu aumentar [no Orçamento do Estado de 2013] a contribuição para a Segurança Social exigida aos trabalhadores do setor privado para 18%, o que permitirá, em contrapartida, descer a contribuição exigida às empresas também para 18%.”
Pedro Passos Coelho, 07-09-2012

“É um aumento enorme de impostos.”
Vítor Gaspar, ministro das Finanças, 03-10-2012

“O povo português revelou-se o melhor povo do mundo e o melhor ativo de Portugal.”
Vítor Gaspar, sobre a manifestação de 15 de setembro, AR, 04-10-2012

International Monetary Fund / Flickr

O ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar

“É um aumento enorme de impostos.”

“A coligação tem futuro? Claro!”
Paulo Portas, líder do CDS e ministro dos Negócios Estrangeiros, 05-10-2012

“No dia em que o Governo não estiver coeso ou tiver algum problema sério, isso evidentemente será alvo de notícia pública e de evidência pública.”
Pedro Passos Coelho, 05-10-2012

“Não podemos fazer de conta que não existe um problema na coligação. Não podemos ser cínicos.”
Pedro Passos Coelho, a propósito da relação com o CDS-PP, Lusa, 19-09-2012

“Vivemos um ajuste de contas da direita com o Estado Social.”
Ana Drago, deputada do BE, 10-10-2012

“O CDS votará o Orçamento do Estado considerando que Portugal não pode ter uma crise política, que agravaria ainda mais a situação extremamente sensível que o país atravessa.”
Paulo Portas, em comunicado, 18-10-2012

“O Governo apresenta uma proposta de Orçamento de Estado que é a proposta que mais aumenta os impostos desde o 25 de abril. Um aumento de 30% no IRS dos portugueses, o aumento de impostos maior da nossa história.”
António José Seguro, 17-11-2012

“Chegamos lá vivos. Mas vai custar muito. Nunca ninguém me ouviu dizer que ia ser pera doce.”
Pedro Passos Coelho, TVI, 28-11-2012

“Portugal não está a reclamar um tratamento igual ao da Grécia no acordo que foi obtido para a Grécia.”
Pedro Passos Coelho, 03-12-2012

“Portugal não reclama as mesmas soluções que são aplicadas à Grécia e, ainda bem, porque não precisamos delas. Isso não significa que o Governo não esteja muito atento a toda a matéria abrangida por um princípio de igualdade.”
Pedro Passos Coelho, 06-12-2012

José Sena Goulão / Lusa

O Presidente da República, Cavaco Silva

“Temos urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva”

“No momento certo Portugal deve beneficiar [de] circunstâncias institucionais semelhantes [à Grécia]. O Governo disse isso, o Presidente [da República] disse isso e eu concordo.”
Paulo Portas, 06-12-2012

“Temos urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva, em que a redução drástica da procura leva ao encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego“
Cavaco Silva, na mensagem de Ano Novo, 01-01-2013

“Todos serão afetados, mas alguns mais do que outros, o que suscita fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios.”
Cavaco Silva, na mensagem de Ano Novo, 01-01-2013

“O Tribunal Constitucional tem de ter responsabilidade nas decisões que vier a tomar e no impacto que elas possam vir a ter no país.”
Pedro Passos Coelho, 27-03-2013

“O Presidente da República foi a mão escondida atrás dos arbustos que desencadeou a crise política com aquele discurso de tomada de posse em março de 2011].”
José Sócrates, RTP, 27-03-2012

“O primeiro-ministro sabe e creio ter compreendido que esta [taxa sobre as pensões] é a fronteira que não posso deixar passar. Não quero que em Portugal se verifique uma espécie de cisma grisalho.”
Paulo Portas, 05-05-2013

“Só em casos especiais é que o Presidente da República apresenta a bomba atómica [dissolução da República].”
Cavaco Silva, RTP, 10-06-2013

“O Governo decidiu assinalar dois anos no sóbrio Mosteiro de Alcobaça, brindaram com a bela ginja da região e nunca esse belo licor foi associado a uma governação tão desastrosa.”
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, 26-06-2013

Rodrigo Gatinho / Portugal.gov.pt

Paulo Portas

“Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso dizer.”

“O incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013, foi determinado por uma queda muito substancial da procura interna e por uma alteração na sua composição que provocaram uma forte quebra nas receitas tributárias. A repetição destes desvios minou a minha credibilidade enquanto ministro das Finanças.”
Vítor Gaspar, na carta de demissão de ministro das Finanças, 01-07-2013

“Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso dizer.”
Paulo Portas, 02-07-2013

“Não me demito. Não abandono o meu país. Abraço, como sempre abracei, o serviço ao meu país com a mesma dedicação e com a mesma esperança.”
Pedro Passos Coelho, 02-07-2013

“Não tendo sido possível alcançar um compromisso de salvação nacional, considero que a melhor solução alternativa é a continuação em funções do atual Governo, com garantias reforçadas de coesão e solidez da coligação partidária até ao final da legislatura.”
Cavaco Silva, 21-07-2013

“Não é intenção do Governo torturar os portugueses. (…) Reporemos os salários tão cedo quanto seja possível e reporemos as pensões tão cedo quanto seja possível.”
Maria Luís Albuquerque. ministra das Finanças, SIC, 17-10-2013

“A Portugal não convém seguir o exemplo que levou a Grécia a um segundo resgate. Antes celta do que grego, mas, em qualquer caso, sempre português.”
Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, 28-10-2013

“Sob o ponto de vista substancial, a redução coativa, unilateral e definitiva de pensões feita através da fixação de um percentual sobre o respetivo valor ilíquido deve ser qualificada como um imposto.”
Cavaco Silva,  acerca do corte de pensões da Caixa Geral de Aposentações, 23-11-2013

portugal.gov.pt

Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque

“Não é intenção do Governo torturar os portugueses.”

“É uma ilusão pensar que as saídas à irlandesa não têm custos.”
Cavaco Silva, 07-01-2014

“Assumo este meu compromisso de, no espaço de uma legislatura, criar as condições de modo a que os portugueses que vivem na rua deixem de o fazer. Esse é um compromisso que assumo.”
António José Seguro, 02-04-2014

“Melhorar o salário mínimo nacional é um ato de justiça, o resto é essencialmente do domínio da concertação social e do entendimento entre parceiros sociais, o momento e as modalidades.”
Paulo Portas, 10-04-2014

“Aquilo que já foi dito e reafirmado, relativamente à matéria de pensões, é que ninguém no próximo ano vai ficar mais penalizado do que já está agora, pelo contrário.”
Maria Luís Albuquerque, 17-04-2014

“Os últimos quatro governos prometeram todos que não aumentavam impostos e, quando chegaram ao governo, aumentaram esses impostos.”
António José Seguro, 31-01-2014

“Não podemos regressar ao nível salarial de 2011, não podemos regressar ao nível remuneratório das pensões de 2011.”
Pedro Passos Coelho, 05-03-2014

“Reposição salarial na Função Pública? Isso não é possível. Não há milagres, não descobrimos petróleo entretanto.”
Maria Luís Albuquerque, 19-03-2014

José Goulão / Wikimedia

O ex-presidente da República, Mário Soares

“Neste momento, não há direitos humanos no país.”

“Quando o Governo está em dificuldades volta-se para o PS, mas não é para dar passos no sentido daquilo que o PS defende ou das soluções do PS. É dizer ao PS ‘venham cá certificar a nossa política’.”
António José Seguro, 19-03-2014

“O melhor programa cautelar que nós poderíamos ter em Portugal é um acordo interpartidário entre as diferentes forças políticas.”
Cavaco Silva, 21-03-2014

“Neste momento, não há direitos humanos no país.”
Mário Soares, 05-04-2014

“É tempo de abandonarmos a política de vistas curtas, ditada pelo taticismo e pelos interesses de ocasião. Precisamos de um discurso de esperança que mobilize os portugueses para os desafios que temos à nossa frente.”
Cavaco Silva, 25-04-2014

“A democracia e a liberdade têm de ser regadas com muito cuidado todos os dias.”
Pedro Passos Coelho, 25-04-2014

“Estamos em condições de apresentar aos portugueses a nossa estratégia orçamental para os próximos anos e ao mesmo tempo mostrar aos portugueses que a caminho que percorremos até aqui permite-nos hoje caminhar pelas nossas posses e pelos nossos meios a partir de agora.”
Pedro Passos Coelho, 01-05-2014

“Isto do pós-troika é só uma frase publicitária.”
Jerónimo de Sousa, 02-05-2014

Pedro Ribeiro Simões / Flickr

ZAP / Lusa

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