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25% das armas apreendidas em São Paulo são brinquedos

Entre as armas apreendidas no estado de São Paulo entre 2011 e 2012, 25,8% eram falsas ou de brinquedo, segundo o estudo “De Onde Vêm as Armas do Crime”, divulgado pelo Instituto Sou da Paz. Foram analisados, no total, 14,8 mil artefatos apreendidos para identificação e perícia.

Para a diretora do instituto, Luciana Guimarães, o aumento do uso de “simulacros” está ligado ao avanços do Estatuto do Desarmamento, que completa 10 anos. “Como está mais difícil de obter armas de fogo, começa também a haver um percentual maior das armas que são de brinquedo”, destacou.

Os revólveres e pistolas foram a maioria das armas apreendidas pela polícia no período (93%), sendo que 78% são fabricados no Brasil. Apenas 1,6% eram armas de maior poder de fogo, sendo que 17% eram armas artesanais. “Isso revela uma nova prática extremamente preocupante entre os criminosos de São Paulo: com a dificuldade de abastecimento desse tipo de arma, estão sendo organizadas produções próprias, inclusive com indícios de produção em escala”, enfatiza o estudo.

Como prova dos benefícios da legislação, Luciana destaca que 64% das armas apreendidas foram fabricadas até 2003. “A gente ainda está enxugando gelo [a atenuar a situação] da política pré–Estatuto do Desarmamento, o ano de fabricação das armas é anterior a 2003. Como uma arma dura muito tempo e não havia política de controlo, essas armas continuam sendo as armas do crime”, ressaltou.

De acordo com a diretora do Sou da Paz, a redução em 70% do número de homicídios em São Paulo nos últimos dez anos é outra prova da efetividade da lei que proibiu o porte de armas por civis e estabeleceu critérios mais rigorosos para o acesso. “Onde há menos arma em circulação, há menos mortes por armas de fogo. O que mostra que quem implementa corretamente o Estatuto do Desarmamento tem mais chances de reduzir os seus homicídios”, disse.

ZAP / MA / ABr

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