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100 mil catalães pedem eleições em 3 meses

As associações independentistas da Catalunha exigiram hoje em Barcelona perante milhares de pessoas a realização de eleições regionais dentro de três meses, depois de o presidente da região, Artur Mas, ter optado por um modelo alternativo de referendo.

Presidente, convoque eleições, nós queremos votar dentro de 3 meses, queremos chegar à primavera de 2015 com um novo parlamento”, declarou Carme Forcadell, dirigente da Assembleia Nacional da Catalunha (ANC), a principal força por detrás das manifestações há cerca de dois anos a favor da independência desta região do norte de Espanha.

Agitando numerosas bandeiras independentistas, cerca de 100 mil catalães responderam ao apelo das associações e juntaram-se na praça da Catalunha, no centro de Barcelona, antes do referendo agendado para 09 de novembro, mas cujo modelo inicialmente proposto, foi suspenso pela justiça espanhola, depois de ter sido considerado inconstitucional.

A 14 de outubro o presidente do Governo regional catalão manifestou-se decidido a realizar o referendo de 9 de novembro, num modelo de “participação cidadã” e com base em legislação que lhe confira competências.

“O Governo da Catalunha mantém o objetivo de realizar a consulta de 9 de novembro de 2014. Isto significa que haverá locais abertos para que o público possa votar e participar. Haverá urnas e boletins de voto e a mesma pergunta”, afirmou Artur Mas.

“O Governo vai preparar toda a logística necessária para os cidadãos poderem votar. Mobilizaremos mais de 20 mil voluntários”, disse.

Convergència i Unió / Flickr

Artur Mas, presidente do governo catalão, no Parlament de Catalunya

Artur Mas, presidente do governo catalão, no Parlament de Catalunya

Segundo Artur Mas todos os cidadãos maiores de 16 anos “podem ir a esses locais com urnas” que serão instaladas “totalmente em locais do Governo regional” ou seja, “sem depender de terceiros” como seria o caso de autarquias ou outras entidades locais.

Mas, explicou, a consulta não se celebrará de acordo com o decreto que ele próprio assinou, porque o Tribunal Constitucional não levantou a suspensão do diploma e da lei de consultas catalã, como consequência do recurso do Governo espanhol.

O Governo catalão vai também criar um conselho geral de participação “que vigiará a transparência de toda a consulta”, sendo que os resultados e a participação serão anunciados a 10 de novembro.

“Isto é o que significa continuar adiante”, disse, 24 horas depois de notícias da Catalunha darem conta de que o Governo regional tinha renunciado à consulta de 9 de novembro.

Essa informação, que dominava hoje a atenção política, tinha mesmo suscitado reações do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy que, meia hora antes da declaração de Artus Mas, as considerou “excelentes notícias”.

Artur Mas ironizou sobre os comentários de Rajoy, afirmando que “às vezes as notícias excelentes duram muito pouco“.

/Lusa

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